O presidente da Universidade de Stanford, Marc Tessier-Lavigne, anunciou nesta quarta-feira (19) que renunciaria ao cargo após uma revisão independente revelar falhas significativas em estudos feitos sob sua supervisão.
A análise, feita por um painel de cientistas conceituados, avaliou 12 artigos que o presidente trabalhou como autor ou coautor. Com 89 páginas, a pesquisa analisou imparcialmente os fatos científicos com base em “dezenas de entrevistas, correspondência com revistas científicas, interações com várias outras organizações, análises de especialistas em imagens forenses e a consideração de mais de 50.000 documentos”.
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O painel constatou que, em vários casos, o presidente tomou medidas que não foram suficientes para corrigir seus erros. Dos 12 artigos avaliados, em cinco foram encontradas falhas significativas em que Dr. Tessier-Lavigne atuou como ator principal.
Conforme relatou o New York Times, a refutação mais séria ao trabalho de Tessier-Lavigne foi um importante estudo de Alzheimer de 2009, enquanto ele trabalhava na empresa de biotecnologia Genentech. O comitê apontou diversos problemas e indicou que ficou abaixo dos padrões de rigor científico.
Em fevereiro, uma publicação da The Stanford Daily trouxe alegações sérias de que o presidente cometeu fraude na divulgação do estudo sobre Alzheimer, acusando-o de tentar esconder descobertas.
Apesar do estudo sobre Alzheimer ser refutado pela investigação, o painel concluiu que Tessier-Lavigne não cometeu falsificação de dados científicos. Em comunicado, ele disse que retiraria um artigo de 1999 que divulgaou na revista Cell e dois que apareceram na revista Science em 2001.
O presidente disse que aceita as conclusões e reconheceu que poderia ter feito melhor.
Como afirmei enfaticamente, nunca enviei um artigo científico sem acreditar firmemente que os dados estavam corretos e apresentados com precisão.
Concordo que, em alguns casos, deveria ter sido mais diligente ao buscar correções e lamento não ter sido.
Marc Tessier-Lavigne, em comunicado.
Tessier-Lavigne, que passou sete anos como presidente de Stanford, deixará o cargo em 31 de agosto, mas continuará como membro do corpo docente da Universidade.
No lugar dele, Stanford nomeou o neurocientista Richard Saller como reitor interino.
Com informações de New York Times, Folha de São Paulo e NPR.
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