São Paulo – Em entrevista coletiva a jornalistas na tarde desta sexta-feira, 25, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que espera uma tragédia humana muito maior do que foi a de Mariana, em novembro de 2015, quando uma barragem da Samarco rompeu e matou 19 pessoas. “Estamos falando de uma quantidade grande de vítimas, mas possivelmente o dano ambiental será menor”, disse ele.
Segundo Schvartsman, o material que vazou da barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho – fora de operação há pelo menos três anos – já era relativamente seco e, por isso, não tem capacidade de se deslocar por um longo trajeto. O executivo aproveitou para esclarecer que o último relatório de auditoria no local, feito no dia 26 de setembro de 2018, constatava a perfeita estabilidade do sistema. A companhia responsável é alemã, segundo ele, especializada em revisões de barragem, chamada Tuv Sud.
Schvartsman, que começou a entrevista dizendo que estava dilacerado, disse que a mineradora tinha 300 funcionários no local, dos quais mais de cem já haviam sido encontrados, e que o rompimento da barragem aconteceu na hora do almoço. “Os funcionários tiveram seu restaurante soterrado”.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas.
“Como dizer que aprendemos?”
Mais cedo, quando foi abordado por jornalistas na sede da Vale, Schvartsman já havia lamentado o acidente:
“Como vou dizer que a gente aprendeu (após o acidente de Mariana) se acaba de acontecer um acidente desses? O que posso dizer foi o que a gente fez depois do acidente. Viramos todas as barragens do avesso e contratamos as melhores auditorias do mundo para verificar o estado de todas elas. Fizemos tudo que a gente entende que era possível para garantir a segurança e a estabilidade. O fato é que não sabemos o que aconteceu e o que ocasionou, mas certamente vamos descobrir”, afirmou.