RIO — A guerra entre a Prefeitura do Rio e o consórcio do BRT está longe de acabar. O município estuda permitir ônibus convencionais a usarem corredor do BRT. Atualmente apenas os carros articulados podem acessar a via. Segundo a intervenção, a ideia é que, temporariamente, os ônibus comuns façam serviços diretos, sem paradas, entre o Terminal Alvorada e as estações de Mato Alto e Pingo D’Agua e o terminal de Santa Cruz, e apenas nos horários de pico.
A informação foi antecipada pelo colunista Ancelmo Gois.
A ideia foi apresentada em uma reunião feita hoje entre o interventor Luiz Alfredo Salomão e representantes do consorcio BRT. Segundo a intervenção, essa medida seria parte de um plano emergencial para suprir a falta de veículos articulados no corredor Transoeste. A prefeitura alega que o BRT deveria operar com uma frota de 429 ônibus, mas hoje o número varia entre 200 e 260 veículos por dia.
Já o consorcio BRT definiu a medida como um retrocesso para a mobilidade urbana, além de acusar a intervenção de ter caráter político. O consórcio, disse, por meio de nota, que a Prefeitura é omissa por não apresentar propostas definitivas e usa o sistema como um laboratório. O BRT ainda cobrou do município “assumir integralmente suas obrigações contratuais e oferecer as condições necessárias para a operação das empresas no sistema BRT”.
Nova licitação
No início de abril, Luiz Alfredo Salomão, nomeado interventor do sistema, afirmou que o sistema de ônibus articulados do Rio de Janeiro teria uma nova licitação
. Salomão, que trabalha com a Secretaria municipal de Transportes (SMTR) para concluir a minuta do edital até o fim deste mês, prevê que o novo operador do BRT terá que atacar os principais problemas enfrentados pela população, como a falta de segurança nas estações, a falta de ônibus e, principalmente, a pista por onde circulam os coletivos da Transoeste, que liga a Barra da Tijuca a Campo Grande e Santa Cruz. O piso da via, feita com asfalto, tem condições precárias.
— O principal objeto (
da nova licitação
) é a pista da Transoeste, porque foi construída em asfalto sob solo mole. Isso precisa ser refeito. Tem que reformar as estações, que estão muito vulnerárias para o caloteiro, que entra com a maior facilidade. E também tem que fazer investimentos nos terminais, que são muito precários. O terminal de Santa Cruz, por exemplo, é um lugar em que passa muita gente, mas tem uma estação medíocre — diz Luiz Alfredo Salomão.
O maior investimento, no entanto, deverá ser para solucionar o piso da pista da Transoeste:
— Aquilo vai ter que estaquear, trocar o solo ou então mudar o percurso, sair daquele terreno mais mole para um mais compactado. Temos que levantar as condições.