A ponte que ligaria os dois lados da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, dividida pelo Rio Tietê, começou a ser construída em 2019, mas foi interrompida em 9 de abril de 2020 por decisão judicial. Desde então, os canteiros de obra seguem vazios na Marginal, ao lado do Shopping Tietê Plaza: 31 milhões de reais de dinheiro público foram gastos até o momento, dos 209 milhões previstos.
O empreendimento é uma reivindicação dos moradores de Pirituba desde 1991: cruzar o Rio é uma tarefa demorada, já que a Ponte do Piqueri, a principal opção, vive congestionada. A paralisação da empreitada é fruto de uma novela entre a prefeitura de São Paulo e o Ministério Público (MP-SP) e está longe de acabar.
O projeto original não previa acessos diretos à Marginal e, após pressão de associações de moradores, foram incluídas alças em ambos os lados do Tietê. O problema, segundo o MP-SP, é que a mudança não foi contemplada no estudo de impacto ambiental aprovado na gestão Bruno Covas (PSDB), além de haver outras alterações na obra, o que levou a uma judicialização da questão.
Em abril de 2020, a Justiça acatou o pedido de liminar da Promotoria de Habitação e Urbanismo e tudo foi paralisado. O tribunal julgou procedente o pedido de anulação da licença ambiental em agosto. “A prefeitura interpôs recurso de apelação e aguarda julgamento em segunda instância, cuja data não é possível estimar”, afirma, em nota, a gestão Covas.
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“O município insiste que tem licença ambiental, que não houve um novo projeto”, diz a promotoria. “Quem tem de dar maiores explicações é a prefeitura. A gente executa a obra”, explica Paulo Montanha, diretor de suporte corporativo da UTC Participações, dona da Constran, que faz parte do Consórcio Viário Lapa-Pirituba, junto com a EIT Engenharia.
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Quem sai perdendo com o imbróglio são os moradores. A Ponte do Piqueri, a menos de 1 quilômetro da obra paralisada, é a principal ligação de Pirituba com o outro lado da cidade: os carros por ali, no horário de pico da manhã, segundo o estudo da prefeitura, andam em uma velocidade média de 3,8 quilômetros por hora. Os intermináveis congestionamentos se estendem para outras artérias da região, como a Avenida General Edgar Facó e a Paula Ferreira.
“Falta atitude do Bruno Covas. Faz trinta anos que estamos pedimos a ponte. Desde a paralisação, realizamos lives de quinze em quinze dias, para relembrar a comunidade”, conta Cleto Vitor da Silva, 67, do Movimento Ponte de Pirituba Já, que mobiliza a causa desde 1991. “O bairro cresceu e essa ligação é mais do que necessária”, defende a ex-vereadora Lidia Correa (PCdoB), 76, do Legislativo da capital entre 1988 e 2000, com base política na região.
O trânsito do pedaço deve ficar ainda mais pressionado com os novos empreendimentos: a MRV, por exemplo, entregou recentemente 7 296 apartamentos em 51 torres residenciais, em um terreno de 170 000 metros quadrados na Raimundo, a avenida que se beneficiaria da ligação.
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Mesmo com as mudanças — que levaram à paralisação — o projeto encontra resistências. “O ideal era que a ponte saísse de Pirituba e ligasse até a Avenida Ermano Marchetti. Não vai resolver o trânsito, vai jogar tudo para o centro da Lapa”, diz Jairo Glikson, 52, da Associação dos Moradores do City Lapa.
“Acionamos o MP pedindo as alças. Não faz sentido canalizar todo o trânsito pra dentro do bairro”, comenta Carlos Alexandre de Oliveira, 50, da Associação Viva Leopoldina. A prefeitura afirma que a obra vai diminuir o tempo do trajeto de ônibus entre os terminais Lapa e Pirituba em 36 minutos.
A ponte, que começou a sair do papel no governo Haddad (PT) e foi executada na gestão Covas, ganhou os noticiários em um dia de chuva em novembro de 2019: uma passarela de metal utilizada para as obras caiu na Marginal, danificando carros e deixando pessoas feridas.
A prefeitura criou uma comissão para investigar o incidente e concluiu, em janeiro de 2020, que o Consórcio Lapa-Pirituba foi o responsável, “devendo reparar os danos e prejuízos causados às pessoas de direito público e privado”. De acordo com a gestão Covas, a assinatura de um termo de responsabilidade está “em tratativas” desde março de 2021.
A Vejinha voltou a procurar as empresas que formam o consórcio para comentar a questão, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
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Publicado em VEJA São Paulo de 07 de abril de 2021, edição nº 2732
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