Veja como o descolamento da realidade de algumas alas do funcionalismo público consegue produzir situações curiosas. Em Brasília, a Polícia Militar, uma das mais bem pagas e bem equipadas do país, resolveu ameaçar a deflagração de uma greve.
O motivo? A categoria não concorda com a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governador, Ibaneis Rocha, de 31,6%. O leitor não leu errado.
Em uma proposta criticada por adversários políticos por soar generosa demais em tempos de crise financeira, com 13 milhões de desempregados no país e as finanças dos estados no vermelho, o governador do DF comprou o desgaste de oferecer um reajuste dez vezes superior à inflação prevista para os últimos 12 meses aos policiais militares, uma promessa de campanha.
A categoria esnobou os 31,6% porque quer 37% de aumento e justifica que está há muitos anos sem reajuste. Diz também que sua base salarial é muito distante da folha da Policial Civil, tratada com mais generosidade por outros governos.
Levando para os números, o salário mais baixo da PM, do soldado de segunda classe, é de 5.700 reais. Seu reajuste, portanto, seria de 1.800 reais. Já o coronel, topo de carreira, ganha 21.700 reais e levará mais 6.800 reais de reajuste. O impacto do reajuste até 2022 é de 1,6 bilhão de reais para os cofres públicos do DF.
Os celulares do secretariado do governo recebem vídeos com ameaças da categoria do arquivo abaixo.
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