Rio de Janeiro – A Petrobras vai desocupar um importante prédio em Macaé, com cerca de 1.700 empregados, conhecido como Edifício Novo Cavaleiros (Edinc), até dezembro de 2020, afirmou nesta quinta-feira o Sindicato de Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que representa funcionários da Bacia de Campos.
O movimento ocorre em meio a um amplo programa de redução de custos liderado pelo presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que também intensificou um plano de venda de ativos em curso ao assumir a empresa no início do ano.
O coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, explicou que os cerca de 1.700 petroleiros dentre próprios e terceirizados que trabalham no prédio alugado atendem administrativamente a diversas áreas das operações da Petrobras na região.
“Garantias que eles vão ser remanejados a gente não tem nenhuma”, disse Bezerra à Reuters, destacando que o sindicato pediu para fazer parte de comissão que irá acompanhar a desocupação do prédio.
Bezerra, no entanto, disse que recebeu informação da petroleira de que todos os funcionários do prédio serão realocados para as bases de Imbetiba e do Parque de Tubos.
O sindicato soube da informação depois que o proprietário do prédio, XP Corporate Macaé Fundo de Investimento Imobiliário, publicou um fato relevante ao mercado na quarta-feira.
Procurada, a Petrobras não respondeu a pedidos de comentários.
O movimento ocorre após a empresa ter anunciado em fevereiro que iria desocupar sete andares alugados pela empresa para abrigar a sede administrativa (Edisp) em São Paulo, com o objetivo de economizar mais de 100 milhões de reais no horizonte do plano de negócios 2019/2023.
Na ocasião, Castello Branco informou que tratava-se do prédio “mais caro” da estatal e que as cerca de 605 pessoas que trabalhavam no local seriam direcionadas para outros lugares de custos mais baixos.
Na mesma época, o presidente da companhia informou ainda o fechamento de escritórios em Nova York, África, Irã e Japão, como parte de um amplo programa de redução de custos.
Economista de linha liberal, Castello Branco foi indicado ao mais importante cargo da Petrobras pelo ministro de Economia, Paulo Guedes, e vem buscando focar as atividades da empresa em exploração e produção de petróleo, enquanto tenta vender ativos considerados não essenciais ou de baixa rentabilidade.