A Petrobras informou que entrou nesta segunda-feira, 26, com um pedido de mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar alcançar uma solução negociada para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do período 2019-2020.
“A decisão foi tomada pela companhia depois de esgotadas as tentativas de chegar a um acordo nas negociações com as lideranças sindicais”, disse a empresa em nota.
A Petrobras afirmou que antecipou o início das discussões para o mês de maio, visando garantir as melhores condições para o diálogo entre as partes, e que foram realizadas mais de 20 reuniões com as lideranças sindicais.
A proposta final foi apresentada no dia 8 de agosto, com prazo de 15 dias para que os sindicatos ouvissem suas bases e retornassem com a resposta. Com o prazo encerrado na última sexta-feira, apenas um sindicato oficializou o resultado das assembleias à Petrobras.
“A companhia tem plena confiança de que a decisão de buscar a mediação do TST é a mais acertada a tomar neste momento, buscando evitar greves e paralisações que venham a prejudicar as suas operações e a população em geral”, disse a empresa, destacando que, desde 1995, a Petrobras concedeu reajustes salariais que representam um ganho real acumulado de 40% acima da inflação.
“No entanto, não é mais possível tomar decisões sem considerar o potencial de risco que embutem à recuperação e à competitividade da companhia”, disse a empresa, que vem vendendo ativos e cortando custos com o objetivo de reduzir seu endividamento, de mais de 100 bilhões de dólares.
“A Petrobras vem revertendo o cenário de grave crise dos anos 2014-2015, mas ainda está longe do desempenho que a possibilite competir em condições de igualdade com os seus principais concorrentes, o que exige determinação na busca dos seus objetivos.”
Apesar de todos os esforços, segundo a estatal, “cada barril de petróleo da Petrobras ainda embute um custo de 6 dólares em juros, o dobro do montante mais elevado de seus principais concorrentes”.
O ACT que está em vigor expira em 31 de agosto e, de acordo com a nova legislação trabalhista, perde a sua eficácia após esta data.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa a maior parte da categoria, afirmou em nota em seu site que “a empresa insiste em uma proposta de Acordo Coletivo rebaixada, que retira direitos importantes… e oferece um reajuste salarial que não cobre sequer a inflação do período”.
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