Pesquisadores descobrem que mutações genéticas estão ligadas ao envelhecimento

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Um novo estudo publicado pela revista Nature aponta que as mutações genéticas possuem relação direta com o envelhecimento. Conforme mais longínqua é a vida de um ser vivo, por mais mutações ele tende a passar todos os anos.  

A pesquisa descobriu que os mamíferos tendem a morrer com o mesmo número de mutações genéticas, de seres humanos a tigres. No entanto, o número de mutações que ocorrem a cada ano varia de acordo com a expectativa de vida do animal.  

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Foram analisados exames de DNA de gato, colobus preto e branco, cachorro, furão, girafa, cavalo, leão, camundongo, rato-toupeira-pelado, rato, coelho, lêmure de cauda anelada, tigra e ser humano.  

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Foi possível concluir então que os camundongos, que vivem cerca de quatro anos, passam por quase 800 mutações por ano de sua vida, chegando a 3,2 mil mutações antes de morrer. Enquanto os animais que vivem mais, passam por menos alterações.  

Os cães, por exemplo, sofrem 249 mutações genéticas anualmente, enquanto o leão passa por 160 e a girafa por 99. Já nós humanos enfrentamos uma média de 47 mutações todos os anos.  

Os pesquisadores relataram que o mais impressionante da descoberta é saber que todos os mamíferos possuem o número final de mutações durante a vida semelhante, em torno de 3.200. 

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Pesquisadores descobrem que mutações genéticas estão ligadas ao envelhecimento. Imagem: Giovanni Cancemi-Shutterstock

Os cientistas correlacionaram essas mutações com o envelhecimento e agora precisam entender como isso acontece. Acredita-se que essas não sejam as únicas causas do envelhecimento, os pesquisadores também apontam para o encurtamento dos telômero e as alterações epigenéticas.  

Porém, ao saber que as mutações genéticas estão envolvidas, é possível pensar em maneiras para reverter ou até mesmo reparar os danos genéticos. Os próximos passos do estudo é entender se todo seres vivos agem da mesma maneira.  

Mutações genéticas e o câncer 

A pesquisa ainda tenta compreender como essas mudanças genéticas afetam as células cancerígenas. Isso porque, seguindo a lógica do tamanho do animal e longevidade, baleias e elefantes teriam altas taxas de câncer, o que não acontece.  Este enigma da ciência é denominado “paradoxo de Peto”. 

Quanto mais células houver no seu organismo e quanto mais tempo você viver, maiores são as chances de desenvolver um câncer. “As baleias têm trilhões de células a mais [do que nós]. Elas não deveriam existir, pois teriam câncer antes da idade adulta”, aponta o autor do estudo. 

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