Cientistas descobriram recentemente que o Alienacanthus, um antigo peixe, pode ser um dos candidatos à mordida mais extrema da natureza. Seu primeiro fóssil conhecido foi descoberto na Polônia, em 1957. A inspiração para o nome “alienígena” veio do grande conjunto de espinhos no que, até então, pareciam ser nadadeiras.
Agora, uma nova análise revela que esses “espinhos” eram, na verdade, uma grande mandíbula alongada e repleta de dentes. Segundo um estudo recente publicado na revista Royal Society Open Science, esta pode ser uma das mais longas mordidas inferiores já registradas.
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As novas descobertas esclarecem a aparência real deste animal, já que ele não tem uma espinha dorsal estranha, mas uma mandíbula inferior bastante única
Melina Jobbins, autora do estudo e paleontóloga da Universidade de Zurique em Suíça ao WordsSideKick.com
Resumo do estudo
Para saber mais, os pesquisadores analisaram dois crânios quase completos descobertos no Marrocos. Eles logo perceberam que a longa protuberância que se projetava da cabeça do Alienacanthus era uma mandíbula inferior — e tinha o dobro do tamanho do crânio do indivíduo.
Os pesquisadores compararam o Alienacanthus com espécies modernas com mandíbulas incompatíveis, como o peixe-espada, por exemplo, para formular hipóteses principais sobre como esses peixes podem ter aproveitado sua mordida.
“A mais convincente para nós é a primeira hipótese, a de capturar presas vivas”, disse Jobbins. “Os dentes apontando para trás evitam que a presa escape da boca”.
Quem é o Alienacanthus?
- O Alienacanthus é um placoderme, um grupo de peixes blindados que inclui alguns dos primeiros vertebrados com mandíbula.
- Sua mandíbula superior podia mover-se independentemente do crânio, o que ajudava a acomodar a sua longa mandíbula inferior.
- “Este animal é tão único que todo o mecanismo da mandíbula teve que funcionar de maneira um pouco diferente para acomodar a mandíbula inferior”, acrescentou Jobbins.
Quando viveu?
O Alienacanthus viveu durante o período Devoniano (419 milhões a 358,9 milhões de anos atrás), quando a terra foi separada em dois supercontinentes.
Desde a descoberta inicial, vários fósseis foram encontrados nas montanhas do que hoje é o centro da Polónia e Marrocos — situados nas costas nordeste e sul, respectivamente, quando estes peixes antigos existiam.
Agora, os investigadores estão estudando o Alienacanthus para compreender melhor como era a mecânica da sua mandíbula e do resto do seu corpo. As informações são do The Conversation.
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