“Partícula fantasma” mostra a Via Láctea como nunca antes

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A via láctea foi vista de forma inédita. Pela primeira vez um grupo de pesquisadores conseguiu mapear a nossa galáxia utilizando neutrinos de alta energia, ou “partículas fantasmas“, no nome mais popular. 

O que são? Existem cerca de 100 trilhões de neutrinos passando pelo seu corpo a cada segundo sem interagir e a maior parte deles vem do Sol. Apesar de serem raras, as interações entre eles causam clarões na galáxia.

Então, para detectar essas “explosões”, os pesquisadores do IceCube Neutrino Observatory colocaram milhares de detectores dentro de um quilômetro cúbico de gelo na Antártica. A interação de neutrinos com o gelo faz com que eles deixem um rastro até a origem. Foi assim que pudemos, no passado, encontrar neutrinos de outras galáxias. 

Pela primeira vez, detectamos neutrinos de alta energia da Via Láctea. Isso nos permite aprender mais sobre nossa própria galáxia e também é um marco significativo para a astronomia de neutrinos

Erin O’Sullivan, membro do IceCube, professor associado do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Uppsala, à IFLScience.

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“Partículas fantasma”: neutrinos são um desafio

Apesar da detecção, neutrinos de alta energia têm sinais difusos detectados pelos rastreadores. Dessa forma, para saber de qual parte da galáxia cada um deles veio, os cientistas utilizaram aprendizado de máquina para conseguir construir o mapa da Via Láctea. 

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“Os neutrinos de alta energia são produzidos em ambientes onde as partículas são aceleradas a energias extremas. A detecção de neutrinos de alta energia da Via Láctea aponta para o fato de que os aceleradores da natureza existem em nossa própria galáxia”, disse o Dr. O’Sullivan.

“Os neutrinos podem ser usados ​​para ver ambientes obscuros e empoeirados que não podemos ver usando a luz, e o fato de podermos medir neutrinos da Via Láctea significa que há um enorme potencial para aprender mais sobre nossa própria galáxia de maneira complementar à visualização apenas através de telescópios tradicionais”, completou ainda.

“A fonte exata desses neutrinos ainda está em estudo, mas acredita-se que sejam de supernovas antigas. Estudar esses neutrinos pode nos dizer mais sobre como os remanescentes de supernovas se comportam e sobre como as partículas de alta energia interagem em nosso ambiente galáctico”, finalizou o especialista.

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