“Pacto com o diabo”: Ministros defendem legalização de jogos de azar

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A reunião ministerial de 22 de abril, publicizada por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe à tona uma discussão entre membros do Governo Federal sobre a legalização de jogos de azar no Brasil. “O Ministério do Turismo agora tem que ter um planejamento, um plano de atração de investimentos, que é o que gera emprego, renda, é o que ajuda, obviamente, a economia do Brasil. E para isso, presidente, eu acredito que o momento propício nesse planejamento da retomada, discutir os resorts integrados”, defendeu o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.  Não é legalização de jogos, não é bingo, não é caça-níquel. São resorts integrados. Obviamente, presidente, uma pauta que precisa de ser construída”, disse ele, antes de dizer que a ministra da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, parecia não aprovar a ideia. “A Damares está olhando com cara feia pra mim”, brincou.

Segundo ele, o assunto precisa ser articulado no Congresso Nacional para desmistificá-lo. “Trata-se de uma pauta que precisa de ser construída com as bancadas da Câmara, tanto a evangélica, quanto a católica, mostrando ou desmistificando vários mitos que giram em torno disso. Não sei se o ministro Paulo Guedes concorda”, afirmou. Segundo ele, a aprovação dos ‘resorts integrados” tem possibilidade de atrair pelo menos 40 bilhões de dólares pro Brasil em investimentos imediatos. “O que precisa ser feito, presidente, é realmente desmistificar a questão de evasão de divisas, de lavagem de dinheiro, de tráfico de drogas”, defendeu. “Mas obviamente, presidente, uma pauta que só levaríamos para a frente se a gente conseguir é pacificar, ou nos fazer entender pelas bancada evangélica, pela bancada católica, pra que não haja uma distorção na comunicação disso”, disse ele.

Evangélica, Damares reagiu: “Pacto com o diabo”. “Não. Não é bem isso não, né? Vou ter que começar a desmistificar para a Damares aqui”, brincou Marcelo Álvaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, corroborou com o discurso do ministro do Turismo. Tem problema nenhum. São bilionários, são milionários. Executivo do mundo inteiro. O cara vem, fazem convenções. Olha, o turismo saiu de cinco milhões em Cingapura para trinta milhões por ano. O Brasil recebe seis”, defendeu Guedes, referindo-se ao número de turistas.

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“O sonho do presidente de transformar o Rio de Janeiro em Cancún lá, Angra dos Reis em Cancún . Aquilo ali pode virar Cancún rápido. Entendeu?”, continuou Guedes. “É só maior de idade. O cara entra, deixa grana lá que ele ganhou anteontem. Ele deixa aquilo lá, bebe, sai feliz da vida”, afirmou ele. “Deixa cada um se foder”, dirigiu-se à ministra Damares. “O presidente, o presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do jeito que quiser, principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô”, continuou. “Lá não entra nenhum brasileirinho desprotegido”, encerrou.

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Como mostra VEJA em edição de maio, uma frente parlamentar empunha a bandeira da legalização dos jogos de azar, e a família Bolsonaro demonstra simpatia pela ideia, que enfrenta a resistência, entre outros, da bancada evangélica, uma das principais bases de apoio do presidente. Há projetos prontos para votação no Congresso destinados a autorizar tais atividades. No momento em que a pandemia do novo coronavírus acomete a economia, esse cenário, o lobby pela legalização dos jogos ganha força. Os números apresentados pelo setor dão conta de mais de 20 bilhões de reais em arrecadação, sem contar outros 7 bilhões de reais que entrariam para os cofres públicos com outorgas, concessões e licenças. Sem contar com os 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos criados a partir da mudança na legislação.



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