Oscar é nova chance de Netflix mostrar que pode

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Os indicados para a edição 92 do Oscar serão conhecidos nesta segunda-feira, e as atenções estão mais uma vez voltadas para a plataforma de streaming Netflix. A empresa vai finalmente transformar seu poderio econômico em premiações no evento mais importante do cinema? Seria uma oportunidade de superar a decepção da semana passada, na premiação dos Globos de Ouro.

A empresa tinha 34 indicações para prêmios – metade para as categorias de filmes, outra metade para as categorias de TV. Eram mais indicações que qualquer outra produtora. Saiu com apenas duas vitórias: atriz coadjuvante para Laura Dern, no filme História de um Casamento, e melhor atriz de séries, para Olivia Colman, por The Crown (A coroa, em tradução livre).

Na categoria mais importante, de melhor filme, a Netflix tinha três dos cinco nomeados para o prêmio: O Irlandês, História de um Casamento e Dois Papas (dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles). Mas quem levou foi 1917, um filme sobre a Primeira Guerra Mundial da Universal Pictures, dirigido por Sam Mendes. Além deles, outro favorito ao Oscar de melhor filme é Era Uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino. Desde 2000, metade dos vencedores dos Globos de Ouro levaram também o Oscar, uma estatística que traz alguma esperança para a Netflix.

Os prêmios costumam ser usados pelas distribuidoras como chamariz de público, para aumentar a bilheteria nos cinemas. A Netflix não vive de bilheteria, mas de assinaturas. Ainda assim, reportagem de EXAME mostra que as premiações são fundamentais para seu futuro, num ambiente de competição crescente com outras plataformas de Disney, HBO, Apple e Amazon.

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Os prêmios servem para validar sua estratégia de investimentos, convencer analistas e investidores de que ela caminha para o domínio da indústria (não só de distribuição, mas de produção de conteúdo também). Em segundo lugar, a empresa precisa construir uma imagem poderosa para atrair talentos da indústria cinematográfica – roteiristas, diretores, atores de primeira linha que se interessam por trabalhos que possam ser vistos e apreciados como arte com A maiúsculo. Além disso, é crucial que o conjunto de obras oferecidas aos espectadores seja de encher os olhos.

A Netflix persegue um Oscar com afinco desde 2015. No ano passado, a aposta foi em Roma, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, que recebeu três estatuetas (melhor diretor, melhor fotografia e melhor filme em língua estrangeira), mas não venceu a cobiçada categoria de melhor filme.

Em quatro anos, a companhia dobrou o número de assinantes, para 139 milhões em 2018. A previsão é que o número de pessoas que assistem conteúdos da Netflix chegue a 500 milhões em 2022. A competição crescente faz com que as ações da companhia andem de lado desde meados de 2018, com valor de mercado na casa dos 140 bilhões de dólares. Uma estatueta de melhor filme faria um bem danado para a empresa mostrar que se destaca entre os novatos. A premiação do Oscar está marcada para 9 de fevereiro.

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