Os parques reabrem e a pandemia vai perdendo a força

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Minha síndrome de abstinência acabou ontem. Depois de 111 dias, pude caminhar novamente pelo parque que fica próximo da minha casa. Um tanto sufocado pela máscara, é verdade, mas feliz por realizar uma atividade física sem me preocupar com as ondulações das calçadas e olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Ainda não é exatamente o ideal – os espaços são fechados às 16 horas e permanecem cerrados durante o final de semana. Mas é um bom começo.

Aparentemente, a lotação era a mesma de antes. Li na imprensa que houve fila de carros para entrar, mas o estacionamento estava com metade das vagas vazias.

Em tese, a capacidade está limitada a 40 % do total. Não é possível saber ao certo como se pode estabelecer uma lotação para este tipo de espaço público, mas certamente será um número arbitrário, daqueles que vão variar de acordo com o técnico encarregado para traçar os limites. De qualquer forma, trata-se de um exercício inócuo. Não há controle algum nos portões de entrada. Em alguns deles, há um solitário vigia, que não poderia segurar uma eventual turba procurando fazer exercícios ao ar livre.

Todos os frequentadores estavam portando máscaras e o local estava sob vigilância ferrenha da Guarda Municipal. Os grupos de corrida, tão comuns nas manhãs de semana, desapareceram. Há vários corredores, mas cada um na sua – no máximo, casais que se exercitam juntos.

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O respeito restrito às regras observado ontem pela manhã pode ser um sinal de que não haveria aglomeração caso os parques fossem liberados durante os finais de semana. Talvez seja ingenuidade de minha parte, mas quem geralmente procura se movimentar nesses locais está em busca de um estilo de vida mais saudável. Assim, participar de um ajuntamento de pessoas que seria prejudicial à saúde é algo aparentemente contraditório.

Fechar as portas durante o final de semana faz parte do conjunto de medidas aleatórias da prefeitura no combate ao coronavírus – uma galeria de contrassensos que já teve rodízio de automóveis expandido (elevando a concentração de pessoas no transporte público), bloqueio de vias públicas (causando congestionamentos enormes em certos pontos de uma cidade com pouquíssimos carros circulando) e a antecipação de feriados (que, na prática, diminuiu o índice de isolamento social).

Abrir os parques cinco dias por semana é melhor do que manter os portões trancafiados – ninguém discute isso –, mas é o caso de se perguntar: existe algum planejamento para se retornar à atividade normal? Ou simplesmente estamos numa “vibe” Zeca Padoginho, na base do “deixa a vida me levar”?

Nas últimas “lives” realizadas por MONEY REPORT, alguns debatedores levantaram uma questão importante – a de que há uma chance muito grande de não haver uma segunda onda de contaminações, ao contrário do que houve entre 1918 e 1919 durante o surto da gripe espanhola. A manchete da Folha de S. Paulo de ontem traz exatamente essa discussão: “Curva da Covid sugere imunidade maior e segunda onda menos provável”.

A lógica observada por muitos especialistas sanitários é a de que, na maioria esmagadora das regiões afetadas pelo coronavírus, há uma queda consistente nas estatísticas de mortes e contaminações. O que ocorre na Espanha e na Itália, uma sólida diminuição nos índices da pandemia, também é enxergado nas localidades mais afetadas nos Estados Unidos e Brasil. A redução no ritmo de contaminação, por exemplo, é uma realidade na cidade de São Paulo.

Os cientistas creditam o fenômeno a duas razões.

A primeira: certos indivíduos produzem anticorpos a partir do que se chama de linfócitos B. A segunda: outras pessoas se imunizam porque seus linfócitos T não criam anticorpos, mas conseguem eliminar as células infectadas. É por isso que seres humanos diferentes, que foram igualmente expostos ao vírus, podem fazer o teste e mostrar anticorpos ou não.

Evidentemente, não se deve baixar a guarda e eliminar totalmente as regras de proteção e de isolamento social. Mas, diante dessas informações, deve-se analisar a reabertura da economia com outros olhos e levantar a possibilidade de que o pior, em certas cidades, já teria passado. Se essa hipótese se confirmar, é preciso planejar não apenas a abertura dos parques nos finais de semana, mas toda a economia que está travada, elevando os índices de desemprego e de recessão.

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