O dia em que o futebol foi permitido na Argentina durante o golpe de 1976

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*Por Juliano Rangel

Neste domingo (24), em toda a Argentina é relembrado o Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça, em alusão e repúdio ao golpe de Estado que neste mesmo dia, no ano de 1976, fez o país entrar em uma ditadura civil-militar. Você sabia que naquele 24 de março de 1976, o futebol teve total liberdade para ser divulgado pela mídia argentina? O Futebol Latino te conta essa história.

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Durante aquele mês de março, a seleção argentina fazia um tour pela Europa e naquele dia 24 enfrentaria a seleção polonesa, na cidade de Chórzow. Com militares, entidades civis e eclesiásticas, se unindo, destituindo e prendendo a presidente Maria Estela Martinez de Perón a ordem era clara: o futebol não teria restrições e a partida entre Argentina e Polônia contaria com a transmissão do Canal 7 (a rede pública do país).

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Foto: Reprodução/Infobae

Com a transmissão isenta, o que se via nas telas dos televisores argentinos era a imagem do brasão nacional com a leitura dos comunicados da Junta e nada sobre o golpe sendo exposto sem uma autorização prévia dos militares.

A narração ficou por conta do locutor esportivo Fernando Niembro, que deu voz aos gols Leopoldo Luque e René Houseman na vitória da seleção argentina, sob o comando de César Luis Menotti.

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Foto: Reprodução/Infobae

Após o jogo, a vitória argentina era vista como “a maior façanha da história albiceleste no exterior” e os integrantes da equipe nacional tiveram conhecimento horas após o jogo sobre os desdobramentos políticos em seu país.

A turnê do selecionado continuou pela Europa e no país os eventos de futebol não foram interrompidos. A Copa Libertadores e o torneio metropolitano continuaram seu percurso. Enquanto a Marinha, o Exército e a Força Aérea formaram o “Processo de Reorganização Nacional”.

Dois anos depois, o futebol continuava sendo a melhor propaganda para a Copa do Mundo de 1978 que foi realizada na Argentina em meio ao terrorismo de Estado. Pessoas se divertindo com um evento único no país era o que à junta militar queria.

 



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