“O Brasil é uma garagem de inovação”, diz Thomas Kriese  

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São Paulo — A Singularity University (SU), uma nada tradicional universidade do Vale do Silício surgida em 2009 sem cursos de graduação ou pós-graduação e sem diplomas com validade acadêmica, acaba de chegar ao Brasil em parceria com a HSM. O objetivo é atrair mais empresários e executivos interessados em saber como as tecnologias deverão impactar o futuro. O projeto faz parte de um “ecossistema de expansão” e desde 2005 conta com Thomas Kriese como vice-presidente da área. Em sua mais recente vinda ao Brasil, no evento Exponential Finance Brazil, o executivo contou com exclusividade a EXAME os planos de crescimento no país e ao redor do mundo. 

EXAMEQual a importância de iniciar um programa acadêmico da Singularity University no Brasil?

Thomas Kriese A SingularityU tem os brasileiros como grandes interessados nos programas desde sua a fundação em 2009. São os brasileiros o maior público que temos fora dos Estados Unidos. Então, em nosso plano de expansão, não podíamos deixar de fortalecer essa parceria. Uma das coisas mais importantes que aprendi recentemente é que nós precisamos traduzir o conteúdo da SU para o português com o objetivo de alcançar inovações que não estavam ao nosso alcance por uma barreira linguística. 

EXAMEQual o tamanho da comunidade brasileira na SU? 

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Thomas Kriese Foram 600 brasileiros formados pela SingularityU no Vale do Silício. É um pequeno grupo se pensarmos em quantas pessoas podemos capacitar ao romper um abismo de idioma e até financeiro, pensando em pessoas que podem ter seus cursos pagos por instituições, mas encontram dificuldades de ir ao Vale do Silício, por exemplo. O Brasil tem potencial para ter mais acesso a educação e tecnologia e queremos fazer parte disto. 

EXAMEQuando os programas começam e como eles serão? 

Thomas Kriese – Planejamos começar as aulas no primeiro trimestre de 2020. Nossa parceria foi anunciada em junho passado e agora estamos finalizando a certificação dos professores que trabalharão conosco. 

EXAMEDe que forma os professores são formados e certificados? 

Thomas Kriese Em outubro um time de formação de equipe vem ao Brasil capacitar esses professores em três etapas. Na primeira semana há um pré-treino online. Na semana seguinte eles vão à sala de aula e na terceira semana eles submetem seus portfólios e testes para revisão. Durante o treinamento são desenvolvidas a capacidades de contar histórias, a atuação em sala de aula, o otimismo e o impacto positivo para o futuro. O mais interessante é que eles ganham permissão para trabalhar em qualquer unidade da SU no mundo. Semana passada tivemos uma certificação na Austrália com o mesmo time e padrão do Vale do Silício e não será diferente aqui em outubro. 

EXAMEQuem são esperados como alunos? 

Thomas Kriese  – Nosso foco está em lideranças seniores, com poder de decisão para mudar suas organizações. Temos olhado como a tecnologia tem se desenvolvido nos últimos anos e buscado pessoas que podem nos ajudar nos próximos desenvolvimentos. Não nos importa onde você está no mundo, mas sim que possa tomar decisões a partir de uma mentalidade empreendedora comum no Vale do Silício. 

EXAMEE que tipo de inovação pretendem construir no Brasil? 

Thomas KrieseO preço do kilowatts por hora da energia, por exemplo, pode diminuir muito com inovação. A partir daí é possível oferecer qualidade de vida e saúde para a população e até mais inovações, como limpar água e torná-la potável. Tenho certeza de que no Brasil há muitos aplicações a serem testadas e resolvidas. Por isso, precisamos de um parceiro que possa nos ajudar a entender o melhor contexto local. Temos aqui oportunidades de desenvolvimento em alimentação, energia e muito mais. A parceria também permite que oportunidades sejam compartilhadas ao redor do mundo. 

EXAME – Como a expansão global da SingularityU tem ocorrido? 

Thomas Kriese – No Brasil e Austrália as parcerias começaram neste ano. Nossa intenção é criar “garagens” para além do vale do silício e o Brasil é uma delas. Só assim temos a oportunidade de entender como a inovação de fato tem ocorrido. Nos últimos anos também chegamos em importantes comunidades como Holanda, Grécia, Canadá e África do Sul. Estamos em oito regiões ao redor do mundo. Nelas temos o que chamamos de “capítulos”, ou seja, uma comunidade que trabalha de maneira colaborativa e conectada com a SingularityU. Atualmente, existem 142 capítulos da em todo o mundo em 66 países que realizam regularmente eventos em suas cidades. Ano passado foram 25 desses encontros e neste ano, até agora, foram 19. O Brasil é uma das maiores comunidades. 

EXAME O senhor pode me dar um exemplo de como essa comunidade atua?

Thomas Kriese O Exponential Finance [ocorrido em São Paulo nos dias 10 e 11 de setembro] é um exemplo. Participaram dele palestrantes internacionais da nossa plataforma, mas também agentes brasileiros que trabalharam não só como palestrantes, mas inclusive como empreendedores locais. Outro exemplo é uma ferramenta de realidade virtual testada pela a equipe brasileira junto a mais três outros países.

EXAMEOs desafios de expansão da SingularityU são hoje diferentes de quando o senhor assumiu o cargo em 2015?

Thomas KrieseSou a primeira e única pessoa a ocupar este cargo. Quando entrei tínhamos um pequeno número de pessoas nas redes ao redor do mundo e a meta era justamente a expansão. Penso que, nesses quatro anos, tenho a mesma meta, mas com uma visão mais ampla. Mais do que encontrar pessoas, adquirimos a noção de que estamos construindo desafios ao redor do mundo e, no meu trabalho, preciso oferecer suporte para que as pessoas se conectem e encontrem soluções. 

EXAME – Tem o Brasil diferentes características de negócios e expansão quando comparado a outros países?

Thomas KrieseOs desafios e os contextos são diferentes, mas os intercâmbios inspiram ideias independente da localização. A comunidade brasileira escolheu oito áreas de foco, sendo quatro prioritárias: educação, saúde, segurança pública e infraestrutura. São elas as com muitos desafios e grandes possibilidades de soluções inovadoras que inspirem outras comunidades. Ao mesmo tempo há assuntos mais estruturados como agronegócio, energia e fintechs

EXAME – Como as pessoas podem participar da iniciativa brasileira e qual será o investimento? 

Thomas Kriese – Ofereceremos o programa executivo e o enterprise solutions, programa customizado e que conta com três cursos: estratégia, liderança e inovação. O valor do programa executivo é de aproximadamente 30 mil reais. O de soluções varia conforme a customização. Iremos avaliar e selecionar o perfil de inscritos de forma a ter uma turma diversa para que juntas essas pessoas pensem em soluções para diferentes setores econômicos e sociais. 

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