Novo sistema de notas causa revolta em estudantes do Reino Unido

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20200826084252_860_645_-_novo_sistema_de_notas_causa_revolta_em_estudantes_do_reino_unido Novo sistema de notas causa revolta em estudantes do Reino Unido
Estudantes do Reino Unido têm passado por uma situação um tanto quanto desagradável. O exame estudantil que garante vagas em faculdades (uma espécie de Enem) foi cancelado no país por conta da pandemia causada pela Covid-19.Para tentar solucionar a falta que a prova faria, o governo britânico desenvolveu um algoritmo que tinha como premissa usar as notas atribuídas aos alunos pelos professores de suas escolas. O problema é que é possível que o sistema tenha privilegiado alunos de escolas mais caras, o que deixou jovens de classes sociais mais baixas sem a vaga no tão sonhado curso superior.O algoritmo funciona da seguinte forma: os docentes dão uma nota prévia de quanto acham que seus alunos tirariam na prova. Estas informações são retidas pelo algoritmo, que devia tê-las como base para dar a nota final sem distorções para a entrada do estudante na faculdade.No entanto, muitas notas foram não só rebaixadas, mas também acabaram com as esperanças de cursar uma graduação. Há casos em que a nota indicada pelo professor havia sido “A” e a nota gerada pelo algoritmo foi “E”. Estima-se que pelo menos 40% dos alunos tenham sido prejudicados neste sentido.ShutterStock-2.jpgExame nacional do Reino Unido foi cancelado por causa da pandemia da Covid-19. Créditos: ShutterStockDiante do quadro, ainda vale destacar que o Reino Unido possui algumas das instituições de ensino mais caras do mundo. Apenas 6% dos estudantes do país têm o privilégio de desfrutar de uma escola privada. Mas estes alunos representam 30% dentro das 15 universidades mais prestigiadas do país.Com o algoritmo, foi possível perceber que turmas menores tinham recebido notas mais parecidas com as indicadas por seus docentes, o que abriu uma clara vantagem para estes estudantes. Cabe ainda frisar que o novo sistema de avaliação também aumentou em 5% a quantidade de discentes de escolas privadas que receberam nota máxima.A revolta com a junção de todas estas informações e as notas geradas acometeu não só o corpo estudantil, mas também toda a comunidade escolar do país e simpatizantes da causa.Martha Dark, fundadora da Foxglove, instituição especializada em justiça tecnológica, ressalta que o governo implantou o sistema sem ao menos perguntar aos seus cidadãos se concordavam com a prática ou explicar como o cálculo funcionaria.RelatosEm reportagem, a BBC News conversou com Caítlín, que sempre tirou boas notas, mesmo quando criança, quando o assunto era o corpo humano. Ser médica tornou-se o sonho da jovem, que para tanto, precisava tirar dois “A” no exame nacional para ingressar no curso na Queen’s University de Belfast. Quando conferiu o e-mail com as notas reais, havia conseguido tímidos “B” e “C”.Depois de descobrir que na realidade quem havia gerado sua nota tinha sido um algoritmo, Caítlín correu para a escola onde estava finalizando longos 14 anos na educação formal. A busca por respostas acabou sendo em vão, visto que os professores da instituição de ensino também estavam confusos. Não esperavam por tantos bons alunos fora da faculdade.A estudante considera que sua nota foi definida de forma totalmente aleatória. No final das contas, a Queen’s University disse já ter repassado sua vaga para outra pessoa.Outro relato que causa revolta é o de Anna Kaminska, que iria prestar o exame nacional pela segunda vez. Com o objetivo de cursar bioquímica na Universidade de Manchester, viu o sonho acabar quando em vez de conseguir os “A” e “B” previstos por seus professores, obteve um “C” e um “E”.No dia 17 de agosto, o Reino Unido reverteu o quadro de Anna e decidiu aderir as notas indicadas por seus docentes. Mas já era tarde para a estudante, que agora precisa ter ainda mais esperança para realizar o sonho.ShutterStock-3.jpgEstudantes ficaram decepcionados ao conferir nota gerada por algoritmo. Créditos: ShutterStockO que diz o governo britânicoAs autoridades do Reino Unido reforçam que o sistema baseado em algoritmo foi programado para garantir que o estudantes recebessem notas sem distorções, alinhadas com suas habilidades e conhecimentos. A decisão deveria levar em conta o desenvolvimento do aluno frente aos conteúdos passados nos últimos anos.Mas o que realmente parece ter ocorrido é que o sistema ignorou talentos únicos e o trabalho árduo de anos de estudos. Além das notas rebaixadas, o esforço dos professores em preparar estes alunos para este momento específico também foi deixado de lado.De qualquer forma, o país recuou e afirmou que deverá abandonar o algoritmo “destruidor de sonhos”. Fonte: BBC News



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