O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, pretende elaborar um “programa de testes” para ampliar a quantidade de informações sobre a disseminação do novo coronavírus no País e, com isso, “conhecer a doença”.
A ideia foi lançada na primeira manifestação após ser apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Os critérios para aplicação dos exames, porém, ainda não estão definidos, mas o plano do novo ministro é estabelecer uma política específica.
“Esse programa vai ter de envolver SUS, saúde suplementar, empresariado. Tem de fazer um grande programa e definir qual a melhor forma, como fazer a amostra, que tipo de testes, se é paciente sintomático, ou assintomático”, disse o oncologista. “Isso vai criar capacidade de entender o momento, a doença e a capacidade de definir ações.”
Por causa da escassez de testes disponíveis, a prioridade tem sido submeter a exames apenas pacientes internados com quadro de síndrome respiratória aguda grave, além de profissionais de saúde e de segurança pública. Especialistas alertam que a subnotificação de casos de covid-19 prejudica um mapeamento preciso do quadro brasileiro.
Apesar de os exames não serem colocados à disposição em massa, a equipe que está de saída do Ministério da Saúde vinha exaltando a capacidade de oferecer exames.
“A questão do teste é extremamente complexa. O que o Ministério da Saúde tem conseguido é motivo de satisfação”, afirmou o atual secretário executivo da pasta, João Gabbardo, na semana passada.
O jornal O Estado de S.Paulo informou que mais da metade dos 22 9 milhões de testes esperados pelo Ministério da Saúde não tem data para chegar ao País. Além disso, a pasta detectou “limitações importantes” nos 500 mil testes rápidos doados pela mineradora Vale, fabricados na China, e pediu cautela a gestores do SUS.
Informação
Ao longo do primeiro discurso, Teich insistiu que a carência de “informações sólidas” sobre a doença não permite ações efetivas para contê-la. “Como temos pouca informação, a gente começa a tratar a ideia como se fosse fato. E começa a trabalhar cada decisão como se fosse um tudo ou nada. E não é nada disso”, disse. “O fundamental é que isso seja cada vez mais baseado em informação sólida. Quanto menos informação você tem, mais aquilo é discutido na emoção. Isso é ineficiente.”
O novo ministro criticou a polarização entre saúde e economia nas discussões sobre a pandemia. Para ele, são complementares, que cooperam entre si. “Existe um alinhamento completo entre mim e o presidente”, afirmou.
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