Em sete estados que já traçam planos para reduzir o distanciamento social, os critérios incluem medidas como monitoramento dos leitos de UTI, testagem da população e regras de conduta para reabertura dos negócios em meio à pandemia do coronavírus.
No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) espera anunciar a retomada gradual das atividades econômicas na primeira semana de maio. Servidores públicos ajustam um software para monitorar a lotação em 300 hospitais, e o governo quer ampliar os testes sanguíneos para detectar anticorpos ao Covid-19. Uma primeira amostra, divulgada semana passada, após testes com mais de quatro mil gaúchos, revelou que a contaminação no estado é sete vezes maior que a oficial. A ideia é cruzar os dados com 44 indicadores econômicos, como taxa de desemprego.
“A abertura será com base em evidências científicas e respeito às particularidades de cada região”, disse Leite, acrescentando que ela deve começar pelo interior, pois a Grande Porto Alegre tem 65% dos casos de Covid-19 no estado.
Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) deve assinar decreto para retomada das atividades econômicas até dia 27. Protocolos para circulação em locais fechados, como a obrigação de uso de máscaras em estabelecimentos comerciais, foram discutidos com 16 entidades empresariais.
O governo usará um software para monitorar o risco de descontrole da pandemia nos 853 municípios.
“Vamos ter uma ‘sala de guerra’. A ideia é ajudar os prefeitos”, diz secretário de Desenvolvimento Econômico, Cássio Rocha de Azevedo.
No Paraná, um painel de indicadores de saúde deve ser anunciado hoje pelo governador Carlos Massa (PSD). A partir dele, deve ser editado um decreto autorizando as prefeituras nas cidades com mais leitos de UTI livres a afrouxarem o isolamento.
Em Santa Catarina, o governo de Carlos Moisés (PSL) autoriza a retomada das atividades gradualmente desde 11 de abril, com base em dados como a baixa ocupação dos hospitais: apenas 19% dos 381 leitos de UTI para Covid-19 estão em uso. O governo diz monitorar a situação com modelos epidemiológicos da Imperial College, universidade britânica referência no assunto.
Em São Paulo, o governo de João Doria (PSDB) mantém “conversas com os setores produtivos” para flexibilizar as restrições assim que possível, segundo sua assessoria. Em paralelo, frisa, mitiga os efeitos da quarentena, com medidas como a concessão de mais de R$ 650 milhões em empréstimos para negócios afetados.
Para Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas, ONG para inovação na gestão pública, critérios científicos e técnicos devem nortear os acordos com a iniciativa privada. A ONG assessora os governos de Goiás e Pará, a partir de referências como os parâmetros da OMS e as experiências de Estados Unidos e Europa.
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