A NASA quer avançar na exploração de mundos oceânicos em busca de vida e, para isso, realizou um workshop em fevereiro deste ano para discutir possíveis missões a esses locais. O objetivo é criar um roteiro para uma missão “cryobot”, que envolve quebrar o exterior gelado de luas do sistema solar e lançar uma sonda para explorar o oceano líquido que elas abrigam.
Alguns dos locais para esse experimento seriam as luas geladas Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno.
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Missão da NASA aos mundos oceânicos
Cientistas e engenheiros se reuniram no workshop, realizado no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), para debater formas de buscar vida nesses mundos repletos de água.
A missão “cryobot” proposta seria uma alternativa relativamente simples, que consiste em perfurar a superfície de gelo usando um dispositivo cilíndrico e fazê-lo escorregar água adentro à medida que o exterior congela novamente. Essa técnica é chamada de perfuração térmica e já é usada na Terra para investigar geleiras e calotas polares.
O problema é que a superfície de luas como a Europa e Encélado são muito mais espessas e menos previsíveis.
Possibilidades
A constatação que alguns mundos abrigam água agradou cientistas, que podem descobrir vestígios de vida nos oceanos — mesmo que abriguem apenas microorganismos.
De acordo com a NASA, o workshop levou à identificação de quatro aspectos que devem nortear o roteiro da exploração: energia, capacidade térmica, mobilidade e comunicação.
Desafios para o roteiro da NASA
- Um dos primeiros desafios considerando os quatro aspectos é que qualquer robô “cryobot” precisaria de energia nuclear capaz de fornecer calor o suficiente para derreter muitos quilômetros de gelo. Além disso, o sistema precisa resistir à pressão de mares alienígenas profundos.
- Segundo o site Space.com, já existem precedentes para esse tipo de sistema, mas há outra questão: o “cryobot” precisa ser protegido do calor que ele próprio gera, o que exige um sistema adicional de gerenciamento térmico que equilibre a temperatura e distribua o calor ao ambiente.
- Também já existe uma maneira de fazer isso, usando dois circuitos de fluido que façam um bombeamento independente. Um deles circularia o fluido de trabalho interno enquanto o outro circularia a água gelada derretida entre o robô e o ambiente.
- O problema é que, novamente, esse sistema teria de aguentar situações extremas nas luas geladas, sem contar as impurezas do gelo, que necessitariam de mais um sistema adicional para penetrá-las.
- Outros desafios são rochas, blocos de sal e bolsas de água no caminho, que o “cryobot” terá de achar formas de contornar.
Comunicação
Outro aspecto da missão que foi discutido no workshop foi um sistema de comunicação para transmitir os dados recolhidos de volta, usando uma sonda de mergulho profundo.
Isso já é usado em cabos de fibra óptica, mas também exigirá um sistema para proteger o cabo de quebrar no gelo derretido.
Para além dos desafios dos quatro aspectos principais analisados, a missão ainda tem muito o que pensar, mas o resultado geral é que o experimento é viável e pode, sim, encontrar vida em regiões inóspitas.
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