Na Ambev, mercado premium continua sendo a ordem da vez

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O ano de 2019 vem sendo “um bom ano” para o conglomerado de bebidas Ambev, como afirmou o presidente Bernardo Paiva ao apresentar os resultados do segundo trimestre da empresa nesta quinta-feira. E grande parte é graças às marcas premium. 

Do lançamento da artesanal Colorado Ribeirão Lager às novas latas e litrões que passam a acompanhar as garrafinhas de 330ml da Stella Artrois, o segmento premium vem sendo a estrela do ano. O volume de cerveja vendido pela Ambev no Brasil, seu principal mercado, subiu 2,9%, com a alta puxada pelos rótulos mais caros, que cresceram na casa dos dois dígitos. 

A Stella cresceu mais de 50% no período e a Ambev afirma que a Corona dobrou o volume de vendas. A brasileira Original, forte no mercado doméstico — e que, assim como a Stella, ganhou sua versão em lata e ainda uma garrafa individual para acompanhar a tradicional de 600ml —, também cresceu dois dígitos. Entre os lançamentos do trimestre está ainda a chegada ao mercado brasileiro da alemã Beck’s, puro malte alemã nascida em 1873. 

“Não encontramos em mercados maduros cervejas que têm mais de 16% do mercado. Sabíamos que o Brasil, e principalmente as cidades maiores, avançariam para esse cenário. Então, construir um portfólio é muito, muito importante”, disse Paiva em conferência com analistas para discutir os resultados do trimestre. 

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A Ambev teve alta no volume de vendas e no lucro apesar de um cenário de crise econômica na América do Sul, incluindo no Brasil, seu principal mercado. Incluindo todas a operação da empresa, incluindo com bebidas não-alcoólicas, o faturamento subiu 7,2%, a 12,1 bilhões de reais, e o lucro subiu 16,1%, chegando a 2,71 bilhões de reais. 

O Brasil foi responsável por quase 52% das vendas da Ambev no trimestre, com faturamento de 6,3 bilhões de reais, a maior parte vindo de cervejas, que teve alta de 6,7% nas vendas.

Há alguns anos a Ambev tenta ampliar seu alcance para o mercado premium e deixar para trás a imagem de que suas principais cervejas, como Brahma e Skol, são de má qualidade. Um dos principais movimentos de “gourmetização” do portfólio da Ambev foi a compra da cervejaria artesanal Colorado, em 2015. Em 2019, contudo, a estratégia parece estar mostrando mais resultados do que nunca. 

Crescimento nacional

Fora do eixo Sul-Sudeste, a empresa tenta correr atrás do prejuízo. Nos estados do Nordeste do país, a Ambev afirma ter apresentado crescimento acima de sua média nacional. Isso porque, até então, sua participação de mercado na região ainda “não era boa” e estava baixa, segundo Paiva. 

Para fazer valer a promessa de “Onde é Brasil, tem que ter Ambev” mostrada aos analistas em sua apresentação, a Ambev lançou marcas específicas para o Nordeste, as cervejas Nossa (Pernambuco) e Magnífica (Maranhão), com ingredientes locais e preços mais baratos. A mais recente foi a Legítima, no Ceará. 

Apesar do crescimento na região, incluindo em lugares do interior dos estados nordestinos, a diretoria da empresa admite que, por ora, o maior share ainda vem das grandes capitais brasileiras e de cidades de maior renda no Sul-Sudeste, onde o ticket médio é maior. 

A expectativa é que, com a retomada na economia e aumento da renda, também regiões mais pobres do país entrem na onda premium, afirmou a diretoria a analistas. 

Além disso, apesar da importância do mercado premium, a liderança no Brasil ainda é majoritária de produtos com rótulo mais barato. Skol, Brahma e Antarctica, todas da Ambev, dominam o mercado nacional, com volume de 55% das vendas em 2018, segundo dados da consultoria Euromonitor. Em seguida vêm Itaipava, do grupo Petrópolis (9,1% do volume), Nova Schin e Kaiser, da Heineken, e Crystal, também do Petrópolis.

Por isso, mesmo as marcas que não estão no guarda-chuva premium vêm ganhando um esforço para aprimorar a imagem. O lançamento da Skol Puro Malte no Carnaval brasileiro foi considerado “memorável” pela diretoria da Ambev, que aposta no rótulo como uma porta de entrada para os produtos mais caros e para agradar a um consumidor brasileiro que vem se tornando mais maduro nos gostos cervejeiros. A Ambev também lançou neste trimestre uma campanha para a “família Skol”, que contém, além da Puro Malte e da Pilsen tradicional, a recém-lançada Skol Hops, também puro malte.

Um relatório do banco Credit Suisse do início do ano, que contou com visitas a 80 bares em São Paulo (70% da mostra em regiões afastadas), mostrou que a Skol ainda é disparado a mais vendida na periferia. Contudo, o objetivo com o fortalecimento das marcas premium é chegar onde não se chegava antes: a Original, também fabricada pela Ambev, e a holandesa Heineken, dona da Schin no Brasil, levaram primeiro lugar nas duas regiões mais ricas da cidade. Na região de Itaim e Vila Olímpia, 38% dos bares sequer vendiam Skol. 

Alta na bolsa 

O resultado do trimestre animou os investidores, e a ação da Ambev subia 7,91% às 13h30 desta quinta-feira, para 19,38 reais. O que foi considerado um sucesso de estratégias como a da Skol Puro Malte e dos rótulos premium, seguidos dos bons resultados financeiros, fizeram a ação da empresa subir mais de 20% neste ano. 

Em relatório sobre os resultados, o Bradesco aponta que o crescimento, sobretudo no Brasil, “prova que as várias medidas da companhia (inovação, crescimento no Nordeste, novos produtos) foram efetivas em termos de aumentar os volumes”. 

Produzir cervejas premium, contudo, custa caro. E o porém no otimismo fica por conta da redução das margens, que caíram mais de cinco pontos percentuais no Brasil na comparação com o ano passado, com a margem ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a 38,1%. Os relatórios também chamam atenção para o fato de que o faturamento por hectolitro subiu 3,7% diante de uma inflação de 3,4%. 

O Bradesco, contudo, lembra que o volume do segmento premium cresceu 30% na comparação com o segundo trimestre de 2019, e que esse grupo tem preço 40% maior que a média da Ambev. Há, contudo, desafios no caminho, como a concorrência com a Heineken, cuja cerveja homônima ganha espaço no segmento premium brasileiro. A queda de 9% no volume de vendas de cerveja no Brasil entre 2013 e 2018, segundo dados da Euromonitor, e uma recuperação lenta da economia brasileira também podem ser um freio para a empresa. 

Os analistas afirmam que, apesar dos bons resultados, é preciso esperar para ver se o bom momento na Ambev se mantém. A líder cervejeira nacional quer usar suas mais de 20 marcas para provar que sim. 



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