Rio de Janeiro — O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro confirmou a morte do 4º militar que trabalhou no combate ao incêndio da boate Quatro por Quatro, na última sexta-feira (18) no Centro do Rio. O 1º sargento Rafael Magalhães Frauches Alves estava internado no Hospital Central Aristarcho Pessoa, em estado grave, e morreu na madrugada deste domingo (20).
Antes do sargento Rafael, outros três bombeiros já haviam falecido: os cabos Klerton Gonçalves de Araújo e José Pereira de Sá Neto e o 2º sargento Geraldo Alves Ribeiro. Os três que foram sepultados neste sábado (19) com honras militares.
Apenas um dos feridos na operação segue internado: o capitão David Mont’serrat Vieira da Cunha. Segundo informou a corporação David segue recebendo cuidados na unidade hospitalar da corporação e o estado de saúde dele é estável. Já o capitão Thiago Agostinho Dias, que também ficou ferido, recebeu alta hospitalar.
Por meio de uma nota de pesar, o Corpo de Bombeiros se solidarizou com familiares, amigos e colegas de farda das vítimas e declarou que vai abrir uma sindicância para apurar as causas da fatalidade.
“Nosso pesar e nossa continência a estes militares que morreram cumprindo a valorosa missão que escolheram. Serão lembrados como verdadeiros heróis”, declarou na nota o comandante-geral da corporação, o coronel Roberto Robadey Jr.
O incêndio
O fogo começou por volta das 11h30 de sexta-feira, 18. O antigo casarão onde funcionava a Quatro por Quatro — que se apresentava como “spa para homens” e tinha muitas funcionárias mulheres —, estava vazio, e o fogo foi rapidamente controlado num primeiro momento.
A Rua Buenos Aires, no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua da Quitanda, foi interditada pelos bombeiros, e os prédios ao lado, evacuados. A fumaça tomou a Avenida Rio Branco, e ruas próximas.
O incêndio envolveu a região em fumaça, que chegou à Igreja da Candelária. O tráfego do VLT chegou a ser parcialmente interrompido.
Na manhã deste sábado, 19, a área continuava interditada pela Defesa Civil na altura da Quatro por Quatro, no número 44. Dois carros do Corpo de Bombeiros e uma ambulância permaneciam posicionados no local. Responsável por apurar as condições estruturais do imóvel, a Defesa Civil também montou uma tenda no local.
“Começou um pouco antes do meio-dia. Só via fumaça, o pessoal saindo correndo e depois os bombeiros chegando. Eles chegaram rápido. Mais tarde vimos alguns bombeiros saindo chorando, outros passando mal. Foi bem triste”, contou João Batista, que trabalha como porteiro em um prédio vizinho à boate há cinco anos.
O Corpo de Bombeiros abriu uma sindicância em paralelo à investigação da Polícia Civil para tentar esclarecer o caso. Mais de 70 militares de 14 unidades participaram do combate às chamas e evacuação das vítimas, com apoio de 30 viaturas.
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