RIO — O ministro da Justiça e da Segurança Pública,
Sergio Moro
, disse nesta terça-feira ter plena confiança de que o
pacote anticrime
e anticorrupção que propôs vai ser aprovado no Congresso, mesmo com eventuais mudanças. Diante da dificuldade que o governo vem enfrentando para aprovar a reforma da Previdência, Moro falou sobre a expectativa da tramitação de seu pacote, afirmando que o projeto é importante para enfrentar questões pontuais na segurança. Ele veio ao Rio para participar da Laad Defense & Security, a maior feira de segurança e defesa da América Latina, participou de uma palestra fechada e falou depois com os jornalistas.
— O projeto anticrime também é importante porque enfrenta questões pontuais da segurança e da justiça que precisam ser resolvidos. A questão, por exemplo, de colocar clara na lei a execução da condenação em segunda instância. Acho que, com diálogo, tenho confiança de que, em mais ou menos tempo, com eventuais modificações ou eventualmente até aprimoramentos, o governo vai conseguir aprovar esse projetos no Congresso — afirmou o ministro.
Moro falou ainda sobre a limitação dos recursos e que, o que tem que ser feitos nessas ocasiões, é focalizar a verba orçamentária da melhor forma possível:
— Nessa perspectiva, a tecnologia acaba sendo aliada porque ela acaba facilitando os trabalhos na medida em que facilita os serviços que vão ser prestados na área de segurança. Têm que ser bem empregados os recursos ainda que limitados.
Na feira, em que são exibidas armamentos e outras tecnologias de segurança, Moro falou o que interessa ao governo brasileiro. Citou que é preciso aprimorar o controle sobre os presídios, com soluções tecnológicas de raio-x, body scan e também bloqueadores de celulares.
Uso de snipers
O ministro da Justiça falou ainda sobre a afirmação do governador do Rio, Wilson Witzel, de que snipers já estão sendo usados para abater criminosos:
— Não estou familiarizado com essa questão e precisaria melhor entender o que o governador está se referindo. O fato é que um policial não precisa esperar levar um tiro de fuzil para reagir. Tem que ver quais são as circunstâncias em que haveria essa autorização de uso de tiro à distância.
Ele disse ainda não haver dúvida de que milícias são organizações criminosas.
— Para mim, Comando Vermelho, PCC e milícias, para mim, é tudo a mesma coisa. Muda um pouco o perfil do criminoso, mas ainda assim estamos falando de criminalidade grave e que tem que ser combatida. A grande dificuldade de algumas dessas organizações, em especial aqui no Rio, é que existe, muitas vezes, aliado à organizações criminosas um controle territorial. Isso é um desafio grande, não é de hoje. Já se tentou no passado algumas soluções — disse Moro, afirmando que é necessário aliar a política de segurança com as políticas urbanísticas e sociais.