O Ministério Público de São Paulo e a Procuradoria Regional Eleitoral denunciaram Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois na seguda-feira (27). Além dele, são acusados também o empresário Marcelo Odebrecht e o publicitário Duda Mendonça. Os crimes, segundo os promotores, ocorreram durante a campanha de Skaf para o governo do estado em 2014, e totalizam um montante de mais de 5 milhões de reais por meio de financiamento ilegal para as eleições.
Em nota para a imprensa Skaf afirma que “nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas”. Disse também que tem “absoluta confiança no Poder Judiciário, o qual restabelecerá a verdade neste caso”.
A investigação teve início, de acordo com o MP, após informações obtidas pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, do Ministério Público Federal em Curitiba. Os promotores afirmam que inquéritos da Polícia Federal mostram que entre 21 de agosto e 30 de outubro de 2014 diversos pagamentos foram realizados em hotéis da capital paulista para representantes de “Kibe” e “Tabule”, codinomes, segundo os agentes, que se referem a Skaf. O dinheiro, afirma o MP, foi destinado para empresas de Mendonça por meio de contratos fictícios com o Grupo Odebrecht. Na ocasião o publicitário era responsável pelos vídeos da campanha de Skaf na televisão aberta.
Os valores foram acertados, de acordo com nota, após reunião no Palácio do Jaburu em Brasília com a cúpula do PMDB, hoje MDB, partido pela qual Skaf concorreu ao governo. No encontro estariam Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. O texto afirma que o Grupo Odebrecht destinou 10 milhões de reais para o PMDB sendo que 6 milhões iriam para a campanha de Skaf. De acordo com os procuradores as informações vieram também de delações premiadas de Marcelo Odebrecht e de Duda Mendonça.
“A denúncia apresentada pelos promotores está inserida no contexto de oito ações penais ajuizadas perante a 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba”, finaliza o MP.
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