Mercado financeiro corta projeção do PIB e eleva a do dólar para o ano

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O amargor causado pelo novo coronavírus (Covid-19) nas bolsas mundo afora também pegou em cheio os economistas brasileiros. Os especialistas ouvidos pelo Banco Central nos últimos dias para a construção do Boletim Focus, relatório divulgado nesta quarta-feira, 26, reduziram a projeção de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) do país neste ano de 2,23% para 2,2%; em janeiro, a estimativa era de que o Brasil alcançasse crescimento superior a 2,3%. Para 2021 e 2022, as projeções não foram impactadas, e permaneceram em 2,5% para ambos os anos.

O relatório ainda não levou em consideração os efeitos causados pela divulgação do primeiro caso da doença no país. Ou seja, a tendência é de que os próximos relatórios sejam publicados com novas projeções revisadas para baixo. Alguns bancos de investimento já anteveem essa situação. O BNP Paribas cortou, em 19 de fevereiro, sua estimativa de crescimento para a economia brasileira de 2% para 1,5%. O Morgan Stanley, por sua vez, já trabalha com uma projeção de aproximadamente 2%.

“Essa queda no crescimento terá um impacto significativo sobre o Brasil, para o qual já mantínhamos uma projeção de aumento do PIB abaixo do consenso para 2020”, afirmou Gustavo Arruda, economista-chefe do BNP no Brasil, em relatório.

Além da revisão para o PIB, os analistas ouvidos pelo Banco Central também reduziram, pela oitava semana seguida, suas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país. A previsão para o indicador saiu de 3,22% para 3,2% no ano. O valor está aquém da meta estabelecida de 4% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), com tolerância de 1,5 p.p. (ponto percentual).

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A projeção para a taxa básica de juros (Selic), por sua vez, permaneceu em 4,25% ao ano. Diante de uma valorização acima de quase 10% do dólar frente ao real neste ano, os especialistas também revisaram a projeção para a moeda americana: passou de 4,10 reais para 4,15 reais. Hoje, o dólar fechou o dia em alta de 1,15%, cotado a 4,44 reais.



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