Marte: a próxima fronteira da humanidade

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20200226014724_860_645_-_marte Marte: a próxima fronteira da humanidade
Por Marcelo Zurita*Nas últimas semanas, árabes, chineses e americanos realizaram os lançamentos de três importantes missões espaciais para exploração de Marte. Isso fez muita gente se perguntar se estaríamos vivendo uma nova corrida espacial com destino ao planeta vermelho.Mantendo-se as devidas proporções, estamos sim em uma nova corrida, e que promete!marteMarte fotografado pela Sonda Viking em 1980. Créditos: USGSNos últimos anos, a exploração espacial parece estar passando por uma verdadeira revolução. Impulsionadas pelas novas tecnologias e pelos altos investimentos de capital privado, as agências espaciais resolveram resgatar um velho sonho da humanidade: Marte. E para programar uma longa viagem, nada melhor do que aproveitar uma super promoção de passagens não é mesmo?Então, é mais ou menos isso que levou árabes, chineses e americanos a realizarem seus lançamentos para Marte nesse período de menos de 15 dias. Ocorre que a cada 26 meses, Marte entra em oposição ao Sol. Visto daqui da Terra, o planeta vermelho fica na direção oposta ao Sol e é nesse momento em que Terra e Marte estão mais próximos, criando uma janela com condições favoráveis para viagens entre os dois planetas, reduzindo o tempo de jornada e o consumo de combustível. Animation of Emirates Mars Mission around SunViagem entre Terra e Marte aproveitando a janela de lançamento. Fonte: WikimediaMas calma. Apesar das vida aqui na Terra não andar nada fácil, ainda não é o melhor momento para fugirmos Marte. Talvez isso ocorra em um futuro não muito distante, mas por hora, ainda precisamos aprender mais sobre o planeta, sobre sua atmosfera, seu clima e sobre os segredos do seu passado. Missão Hope MarsOs primeiros a utilizar a janela de lançamentos em 2020 foram os Emirados Árabes com a Missão Emirates Mars, também chamada de Hope Mars. Os árabes contaram com uma parceria com a Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA) para o lançamento, que ocorreu no dia 19 de julho em um foguete H-IIA, a partir da Base de Tanegashima, no Japão.hopemarsImpressão artística da Sonda Hope Mars. Créditos: UAEEm fevereiro do ano que vem, a nave deve realizar a manobra que colocará em órbita de Marte a Sonda Hope Mars, uma espécie de satélite meteorológico com instrumentos científicos para estudo da atmosfera, do tempo e do clima do planeta. A Missão Hope Mars será a primeira missão científica planetária liderada por uma nação árabe. O nome Hope (na verdade, al-Amal, em árabe) foi escolhido para levar uma mensagem de esperança e otimismo para os jovens árabes. A história dos árabes sempre esteve intimamente ligada às Ciências, à Matemática e à Astronomia. De acordo com Omran Sharaf, líder da missão, os árabes não tem o objetivo de competir com as grandes potências espaciais, e sim de acelerar o desenvolvimento da pesquisa no país. Mas quem sabe a Hope Mars venha também resgatar um pouco daqueles gloriosos tempos em que eram referência na Ciência. Missão Tianwen-1No dia 23 de julho, foi a vez dos chineses com a Missão Tianwen-1, que lançaram sua primeira missão para o planeta em um foguete Longa Marcha 5, a partir da Base de Wenchang, na China. Ao contrário dos árabes, os chineses tem grandes pretensões em relação ao protagonismo na história da exploração espacial, e a Tianwen-1 mostra que eles não estão para brincadeira.297079.561555 Lander TianwenImpressão artística do módulo de pouso e rover da Missão Tianwen-1. Créditos: CNSA A Missão leva para Marte um módulo orbital, um módulo de pouso e um rover. Ela deve alcançar o planeta vermelho em fevereiro quando realizará a chamada manobra de inserção orbital, que colocará a sonda em órbita do planeta. Em abril, o módulo de pouso, levando o rover, deverá se separar e realizar uma descida até a Planície Utopia. Essa é a parte mais crítica da missão, mas se der tudo certo, a China será a segunda nação a colocar com sucesso um rover em solo marciano.O módulo orbital da Tianwen-1 possui seis instrumentos, entre eles uma câmera de alta resolução, um magnetômetro e um espectrômetro mineral, que permitirão, além do imageamento e mapeamento do planeta, obter detalhes sobre o campo magnético e a composição das rochas da superfície. Também há seis instrumentos no rover, incluindo uma estação meteorológica, e um radar capaz de detectar gelo de água no subsolo marciano.O nome Tianwen, que pode ser traduzido como “perguntas aos céus” é inspirado em um antigo poema chinês, e segundo Liu Tongjie, porta-voz da Missão, a Tianwen-1 deve colaborar para aprofundar ainda mais a compreensão científica humana do planeta. Será um salto tecnológico na exploração do espaço por parte da China.FotoTerraLua309785Lua e Terra fotografadas pela sonda Tianwen-1 a caminho de Marte. Créditos: CNSAA caminho de Marte, a sonda chinesa já enviou sua primeira imagem: uma foto mostrando Terra e Lua, feita quando ela estava a 1,2 milhões de quilômetros de distância. Antes disso, a própria Tianwen-1 foi flagrada por câmeras aqui do Brasil, no exato momento em que seus motores eram acionados para realização da “manobra de injeção transmarciana”, o último impulso da nave a caminho de Marte. Missão Mars 2020Os últimos a aproveitarem essa janela foram os americanos, que lançaram no dia 30 de julho a Missão Mars 2020 levando para Marte o rover Perseverance. A missão foi enviada em um foguete Atlas V, lançado a partir de Cabo Canaveral, na Flórida. PIA23764 MarsPerseveranceRover ArtistConcept 20200305Impressão artística do Rover Perseverance sobre solo marciano. Créditos: NasaMesmo partindo por último, na verdade, os americanos estão muito à frente nessa corrida para Marte. Até hoje, a Nasa (Agência Espacial Norte Americana) é a única que parece dominar a arte de pousar no planeta vermelho. Sim, essa não é uma tarefa nada fácil e muitas missões americanas e russas já falharam justamente no momento do pouso.Se tudo correr como o esperado, o Rover Perseverance deve pousar suavemente em solo marciano no dia 18 de fevereiro. O local escolhido para pouso foi a Cratera Jezereo, onde os americanos poderão estudar, entre outras coisas, o gelo presente em seu subsolo. Uma das grandes novidades dessa missão é que a Perseverance leva consigo um pequeno helicóptero, chamado Ingenuity, cuja missão principal é testar a utilização desse tipo de tecnologia em Marte.Além disso, o Perseverance contará com 7 instrumentos científicos que em conjunto poderão ser utilizados para cerca de 60 propósitos diferentes entre a análise geológica da Cratera Jezero até a busca por sinais de vida no passado de Marte. O rover também está equipado para fazer coletas de amostras do solo marciano, que ficarão armazenados até que uma missão futura possa resgatá-las e trazê-las para a Terra. O Perseverance possui instrumentos que serão capazes de encontrar e analisar o gelo no subsolo da cratera, e outro, chamado MOXIE, que deve gerar oxigênio a partir do dióxido de carbono da atmosfera marciana. A capacidade de produzir água e oxigênio em Marte é de fundamental importância para as pretensões humanas no planeta vermelho. Missão ExoMarsA nota triste é que atrasos maximizados pela pandemia da COVID-19 levaram ao adiamento do lançamento da Missão ExoMars que estava programado para ocorrer também em julho deste ano. A missão, fruto de uma parceria entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Roscosmos, da Rússia, já vinha sofrendo uma série de atrasos desde 2011. Agora teve seu lançamento adiado para 2022, aproveitando a próxima janela de viagens para Marte.exomars256ad6abb1baba985.jpg Impressão artística Missão ExoMars. Créditos: ESA A próxima fronteira da humanidadeDesde que o homem pisou pela primeira vez na Lua em 20 de julho de 1969, Marte se tornou a próxima fronteira da humanidade. Naquela época, inclusive, acreditava-se que esse feito ocorreria um pouco antes, ainda no século século XX, talvez até na década de 80. Mas a conquista da Lua e o fim da Guerra Fria frearam o ímpeto de americanos e russos, que viram os orçamentos de seus programas espaciais sendo drasticamente reduzidos nos anos que se seguiram.HomemEmMarteEVenusJornal de agosto de 1969: viagens para Marte são planejadas há várias décadas. Créditos: Folha de São PauloAgora, depois de quase 60 anos de exploração humana do espaço, passamos por uma revolução da informática e nossas tecnologias evoluíram drasticamente, ajudando os seres humanos a levar sondas para mundos distantes e até mesmo para fora do Sistema Solar. Colocamos telescópios em órbita da Terra, construímos satélites e estações espaciais, levando o homem a viver por vários meses no espaço. Parece que enfim, estamos preparados para visitar Marte.Marte já foi um planeta quente e úmido como a Terra, com água líquida correndo em sua superfície e provavelmente já teve as condições ideais para abrigar a vida, que pode, inclusive, ter sido trazida para a Terra a bordo de meteoritos.Dessa forma, visitar o planeta vermelho pode até mesmo significar um retorno às nossas origens, e pesquisar a vida pregressa de Marte, talvez no leve a descobrir algum parente distante por lá. A humanidade busca, com esperança e perseverança, as próximas respostas vindas dos céus. * Marcelo Zurita é presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Bramon – Rede Brasileira de Observação de Meteoros – e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil 



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