“Como a gente consegue vencer a covid-19 sem permitir que as pessoas morram de fome na favela?”. Esse é o questionamento é de Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões, uma organização com foco no desenvolvimento de favelas do Brasil.
Lyra é o convidado desta quarta-feira, 1, na série exame.talks. Ele conversa ao vivo com os repórteres Gabriela Ruic e João Pedro Caleiro sobre lideranças comunitárias diante da pandemia do novo coronavírus.
O empreendedor está na linha de frente de uma mobilização, que já arrecadou 8 milhões de reais de investidores e sociedade, para distribuir cestas básicas digitais em 70 favelas, o que vai alimentar cerca de 120 mil pessoas no Brasil ao longo dos meses de pandemia.
“O governo sozinho não dá conta. Só a sociedade não conta. Nesse momento precisamos derrubar muros e construir pontes”, defende o empreendedor social.
Para ele, a sociedade precisa entender que cada real doado conta ao mesmo tempo que o governo também deve entender que cada dia que uma decisão importante é postergada, conta. “O que significa contar? Que cada dia postergado pode ser tarde demais”.
Assista ao vivo:
A ONG do empresário social tem um time de bilionários como investidores, entre eles Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do país. A principal ação da Gerando Falcões é desenvolver líderes de comunidades carentes para atuar na melhoria da vida dos moradores.
Mas, como conseguir ser um líder nas favelas diante da maior emergência de saúde pública dos últimos anos? Hoje, o país já tem mais de 200 mortes e quase 6.000 casos confirmados da covid-19 e até agora não há um plano direcionado exclusivamente para minimizar os impactos da doença para as populações carentes que vivem em aglomerações urbanas.
No ano passado, cerca de 13,6 milhões de pessoas viviam em favelas. Pesquisa recente do Data Favela mostrou que desde o início da pandemia, em fevereiro, 7 em cada 10 famílias que habitam esses aglomerados já tiveram suas rendas reduzidas.
Segundo o estudo, realizado com mais de mil moradores de 262 comunidades carentes, 86% dos entrevistados disseram que sem renda teriam dificuldades para comprar comida, no período de um mês, e 72% não conseguiriam manter o padrão de vida, já precário, por nenhum período.
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