Mais brigões do campeonato, Fla e Flu ficam ainda mais exaltados nos jogos entre si

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Disputas acirradas e nervos à flor da pele. Elementos que todo torcedor espera ver num clássico. Mas que, no caso do Fla-Flu, viraram sinônimo de confusão. As duas equipes, adversárias pela quarta vez no ano neste sábado, às 19h, no Maracanã, chegam à semifinal do Estadual como as mais indisciplinadas do torneio. São elas as campeãs de faltas cometidas e de cartões recebidos. Para chegar à decisão será preciso manter o equilíbrio emocional.

Manter-se focado apenas na partida tem se mostrado o maior desafio para os dois lados. Principalmente quando o adversário é um grande. Os cartões amarelos servem como termômetro. Dos 41 recebidos pelo Fluminense até agora, 24 (58,5%) foram nos seis confrontos com seus arquirrivais. Entre os rubro-negros, que disputaram o mesmo número de clássicos, a porcentagem é ainda maior: 67,5% (25 do total de 37).

— Clássico é sempre um jogo diferente. É mais nervoso, tem rivalidade até fora de campo. Ainda mais hoje em dia, que os nervos já estão aflorados. O cara leva uma pancada e já quer levantar falando um monte para o adversário — comentou o goleiro Rodolfo.

Em Fla-Flus, os ânimos ficam ainda mais exaltados. Se a média dos rubro-negros é de 4,1 amarelos por clássico, nas três partidas contra os tricolores ela sobe para cinco. Do lado do Fluminense, a marca de quatro cartões por jogo contra os grandes aumenta para 5,6 nos duelos contra o rival de hoje. Que esta noite seja diferente.

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— Fica um pouco chato enfrentar o mesmo rival. Você acaba se irritando ainda mais — justificou-se Cuéllar.

Flu tenta se blindar

O excesso de bate-boca contra o Flamengo ligou o alerta no Fluminense. O técnico Fernando Diniz conversou com os atletas e pediu que não percam o foco com provocações. O motivo: além de desconcentrar o time, as discussões têm causado desfalques. Hoje, o treinador não contará com Ganso, suspenso pela expulsão sofrida no último clássico. Na segunda, ele será julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio. Se condenado, pode pegar até 360 dias de suspensão.

— O Diniz e a comissão conversaram muito com a gente para esquecermos um pouco isso e só sabermos de jogar bola — disse Rodolfo.

Para os tricolores, não cair em provocações é mais importante do que nunca. Afinal, são os rubro-negros que têm a vantagem do empate.

Os jogadores contam ainda com o apoio da psicóloga Emily Gonçalves. Ela tem liberdade para conversar individualmente com os atletas sobre qualquer problema.

— Ela sempre trabalha conosco para esquecermos o que possa nos prejudicar, como arbitragem, rivalidade em campo que sempre nos deixa mais tensos… Para esse jogo, vai ter um papel essencial — afirmou o goleiro.

Nova cultura no Fla

A mudança de direção do Flamengo após as eleições motivou a tentativa de implementar uma nova cultura no futebol do clube. O perfil de elenco que até o ano passado se notabilizava pelo profissionalismo, mas em campo e nas declarações irritava por certa frieza, deu lugar a uma equipe, mesmo sem tantas peças diferentes, incentivada cada vez mais a demonstrar os conceitos de raça, amor e paixão que a torcida canta na arquibancada.

Sob o comando de Abel Braga, o time ganhou em intensidade, mas perdeu não só o controle de jogo, que tinha com técnicos anteriores, como tem demonstrado ainda intranquilidade. Vale lembrar que o clube abriu mão de psicólogo no futebol há um mês. A exigência por uma equipe aguerrida fez com que, nos últimos jogos, os atletas confundissem excesso de vontade com violência. As expulsões de Bruno Henrique (duas vezes) e Gabigol ilustram bem isso.



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