RIO — A precaução da pernambucana Lucieni Freire, de 48 anos, evitou mais mortos na tragédia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Na manhã desta sexta-feira, dois prédios desabaram e deixaram ao menos dois mortos. Os bombeiros buscam 17 desaparecidos nos escombros.
Lucieni morava no prédio branco que desabou nessa manhã. Ela deixou o local na madrugada desta sexta-feira porque uma rachadura no quarto das filhas a assustou.
— Saí do prédio uma hora da manhã. Percebi que tinha algo estranho, tinha rachadura no quarto da minha filha. Nessa chuva que deu, entrou muita água nos apartamentos. Saí fora ontem com as minhas filhas — contou a moradora.
A pernambucana tentou avisar outros moradores.
— Fui para a casa do meu irmão, uns oito prédios para baixo, mas a minha vizinha não quis sair. Ela ainda está nos escombros.
Por uma briga, o marido de Lucieni não quis deixar a casa. O homem só saiu do edifício às 6h para trabalhar, pouco antes do desabamento.
O Corpo de Bombeiros isolou a área porque há risco de outros edifícios desabarem.
Até as 10h, cinco pessoas haviam sido retiradas vivas dos escombros. Segundo a corporação, há 17 desaparecidos e a área de isolamento foi ampliada porque outros dois prédios correm risco de cair.
Segundo a prefeitura, as duas construções eram irregulares. A região é conhecida por ser comandada pela milícia. Um vídeo divulgado pelo aplicativo “Onde Tem Tiroteio – RJ” mostra o local logo após o desabamento dois dois prédios.