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Não é de hoje que ter um MacBook Air é resultado de uma pergunta simples: qual é o notebook mais fino, leve e potente do mercado, sem ser gamer? Em 2022 a Apple renovou justamente este modelo e colocou o novo chip M2, com ele inaugurando a segunda geração de SoC com base em ARM e que nasceu lá no iPhone.
Ele precisa repetir o sucesso do M1, entregando praticamente o mesmo poder de fogo de um Intel Core i7 potente, gastando muito menos hardware, mantendo a espessura fina e consumindo pouca energia. A Apple renovou o visual para encaixar o produto em seus lançamentos mais recentes, mas será que ele cumpre a promessa e o desafio?
Eu passei as últimas semanas usando apenas o MacBook Air com chip M2 para te contar nos próximos parágrafos a minha experiência. Ela envolveu muito tempo em casa como computador pessoal e viagens, colocando apenas ele na mochila e mais nada. Vem comigo.
Novo visual, mesmo visual
Quando a Apple lançou o primeiro MacBook Air com chip M1, ela deixou claro que só trocou o componente interno em um acabamento já presente nos modelos com processador Intel e lançou no mercado. Ele não alterava absolutamente nada no produto, mas por aqui a situação é completamente diferente.
Este é o primeiro MacBook Air feito já com o chip M2 em mente, seguindo a nova linha de design para os computadores da marca. Isso significa que o portátil perdeu as linhas que são mais grossas na parte traseira e ficam mais finas na frente, deixando tudo completamente reto.
Ele também ficou mais fino e quando está fechado, pode ser facilmente confundido com um iPad e seu teclado acoplado. Se você colocar uma caneta Bic ao lado dele, ela parece grossa demais. Enfim, em números temos economia de 20% no volume, mas ao mesmo tempo a tela cresceu para 13,6 polegadas. A responsável por este sobe e desce é a redução das bordas do display, que agora tem um topete lá no topo.
Eu não consigo gostar deste notch, pois ele quebra a imersão do sistema operacional e pode esconder itens da interface. No cotidiano, neste tempo de uso, eu me acostumei. Até por utilizar um monitor externo para trabalhar – o espaço maior e o formato ultrawide do meu monitor me fizeram nunca mais querer voltar para “apenas a tela do notebook”, não dá.
Se o visual mudou, ficou mais quadrado, por outro lado o acabamento continua impecável como sempre foi. O corpo do MacBook Air com chip M2 ainda é feito em uma peça de alumínio que não exibe rebarbas ou encaixes, parece tudo um pedaço só de metal. É lindo, era lindo e continua lindo.
Fechando a parte sobre o visual, saiba que a cor escura é linda, mas ela ganha marcas de dedos só de você olhar para ela. Respirou perto? Tem uma marca nova. Pegou com luva? Também terá marca. Faz tempo que eu não vejo um computador com tamanha facilidade para acumular os dedos do usuário. Um paninho pode ser o melhor amigo dele, fique sabendo.
MacBook Air com M2 continua com poucas portas
Se por um lado ele é lindo, por outro um problema crônico dos MacBook Air continua muito bem presente por aqui: faltam portas. Uma das novidades desta geração está no retorno do melhor conector para cabos de força já criado, que é o cabo magnético do MagSafe.
Ele continua salvando a vida ao desconectar rapidamente se alguém chutar o fio, mas por aqui ele salva um ponto extra: você não vai ocupar uma das USB-C para carregar o MacBook. Na geração passada você utilizava uma delas para o carregador e te sobra só uma para qualquer outra coisa, agora não e as duas ficam livres para o seu uso.
A dupla é Thunderbolt 3 de até 40 Gbps, mas ainda é uma dupla. Isso significa que se você precisar usar uma delas para carregar seu celular, junto de outra para ler um pendrive da vida, saiba que acabaram as conexões cabeadas e você precisará tirar algo para plugar outra coisa.
Tudo bem, este é um problema antigo dos MacBooks e teve até modelo sem sufixo que tinha, pasmem: uma única porta, que também era a entrada de energia. Eu sei que a concorrência (olá Dell XPS 13 Plus) seguiu o mesmo terrível caminho, mas eu ainda sinto falta de uma porta extra por aqui.
Que bela tela e som, hein!?
Abrindo a tampa você encontra a tela com o tamanho que já falei e com o notch, mas que tem excelente reprodução de cores, contraste e qualquer outra coisa que você precisa em um notebook onde o foco está na portabilidade. Por aqui são 2.560 x 1.664 pixels de resolução bem iluminados até mesmo em locais ensolarados – não tanto quanto uma tela OLED, mas no limite do LCD.
Os falantes continuam pequenos demais para demonstrar graves com vontade, mas contam com disposição de quatro speakers espalhados pela parte inferior e que envolvem bem o usuário, além de tocar volumes altos sem distorção. As vozes em músicas ou vídeos soam cristalinas, o que é essencial em momentos de home office e reuniões acontecendo o tempo todo.
Desempenho lá no alto, mesmo sem ventoinha
Quando a Apple trocou o chip x86 da Intel pelo M1 da própria marca no MacBook Air da geração passada, ela também removeu o sistema de resfriamento ativo do produto. Isso permitiu um menor consumo de energia, junto da eliminação de qualquer barulho do computador. Ele é e continua puro silêncio neste modelo.
Mesmo com trabalho acontecendo com mais de 10 abas abertas no Chrome, Microsoft Teams ali no canto, Telegram e WhatsApp abertos em apps dedicados, enquanto eu editava uma foto no Affinity Photo, o desempenho era literalmente de um notebook gamer topo de linha.
Nada travou, nada engasgou e nem mesmo fez cócegas no Apple M2. Fui então para o monitor ultrawide que uso em casa e coloquei duas janelas do Chrome abertas lado a lado, com as dezenas de abas abertas e tudo continuou instantâneo. Abrir novamente o editor de fotos? Aconteceu na hora, levando pouquíssimos segundos para o app carregar todo o conteúdo.
A configuração de testes inclui o chip M2 da Apple na versão com 10 núcleos para a placa gráfica e 16 GB de RAM, que é o modelo de base para a segunda opção na lista de setups já montados pela Apple no Brasil – e no mundo, todos seguem a mesma lista. É claro que a versão com 8 GB vai engasgar quando você resolver abrir umas 30 abas do Chrome, mas ainda sim ele será rápido.
Eu preciso pontuar uma coisa aqui: a unidade de testes utiliza 1 TB de SSD soldado na placa, que tem velocidade alta esperada para um notebook que custa quanto vale o MacBook Air com chip M2. As versões com menor capacidade são equipadas com disco de estado sólido menos veloz, e a culpada para este desempenho menos rápido é própria configuração, pois o modelo de 256 GB utiliza um só chip NAND, enquanto o MacBook Air com M1 utiliza dois, o mesmo vale para as configurações do novo modelo com 512 GB ou mais. Isso faz diferença.
Bateria de sobra, autonomia de sobra
Tudo isso aconteceu com a tomada enviando energia, mas o desempenho não caiu quando eu tirei o plugue e coloquei a bateria para funcionar. A falta de engasgos continuou existindo. Falando em autonomia, o chip M2 ainda é um campeão na hora de gastar pouco e entregar muitas, mas muitas horas de trabalho sem entrar no modo de economia.
Eu posso contar fácil algo entre 13 e 15 horas de bateria, com todo meu uso sem sequer pensar em economia de energia. Múltiplas abas e algumas janelas do Chrome, Pocket Casts tocando podcast, WhatsApp, Telegram, Discord e Teams abertos. Enfim, deu o dia inteiro de trabalho e ainda sobrou energia para a noite, quando assisti um vídeo no YouTube em tela cheia, 1080p, por duas horas.
O desempenho surpreendente dos chips ARM da Apple, ao menos nos MacBook Air, envolve tarefas que não são tão prolongadas. Em algumas delas, como edição de vídeos, é bem provável que o M2 vai baixar o desempenho para lidar com o calor que ele mesmo gera. Este problema não chega tão rápido no MacBook Pro, por exemplo, pois ele tem ventoinha e mais espaço na carcaça para dissipar a temperatura com maior eficiência.
Sobre jogos, bem macOS não é uma plataforma conhecida para games, mesmo com o Steam presente nela. De qualquer forma, este é mais um exemplo de trabalho pesado por longo período e que vai encontrar engasgos por conta da solução passiva de resfriamento. Este é um cenário que não muda muito na concorrência do Dell XPS 13 Plus, mesmo com o Windows recebendo uma biblioteca de títulos consideravelmente maior.
Comparando com o desempenho do M1 no MacBook Air da geração passada, com a mesma configuração de SSD e RAM, o M2 é pouca coisa melhor. Ele não tem o mesmo passo gigantesco encontrado quando a Apple trocou o x86 pelo ARM, já que o novo componente apenas refina o que já foi surpreendente algum tempo atrás.
Enfim, no meu uso de trabalho, a experiência foi fantástica e eu não senti o MacBook Air com M2 esquentar no meu colo. Ele não ficou gelado, mas manteve algo abaixo de “morno” o tempo todo. Mesmo quando uma chamada de vídeo acontecia.
Falando nelas, as chamadas de vídeo tiram proveito de uma webcam que finalmente tem resolução 1080p. Depois de anos com 720p, até que enfim a Apple percebeu que as pessoas estão realizando reuniões o tempo todo e um número generoso delas faz de casa, usando a webcam.
MacBook Air M2 (2022): vale a pena?
Se você já colocou na sua conta a possibilidade de escolher um MacBook Air com chip M2, não está reclamando do preço. Ele é alto, mas a concorrência não está tão atrás. São poucos os que brigam com ele, com destaque para o Dell XPS 13 Plus.
Enquanto o MacBook Air com chip M2 parte de R$ 12,6 mil, o Dell XPS 13 Plus tem seu preço iniciado em R$ 11 mil. Pensando nesta dupla, eu ainda fico com o modelo da Apple por conta da bateria com quase o dobro da autonomia longe da tomada, a garantia de rodar qualquer aplicativo ou programa com os pés nas costas e faz tudo isso sem precisar de ventoinha.
As duas opções são ótimas, mas o desempenho é superior no M2 quando comparado com o Intel Core i7 de 12ª geração do XPS 13 Plus, em sua variante de baixo consumo de energia. Junte isso com um carregador com conector mais seguro e que te dá uma porta USB-C para recarga de outra coisa no próprio adaptador, para fechar minha sugestão: o MacBook Air com chip M2 é o melhor notebook para quem quer a solução mais fina, leve, rápida e com bateria para quase dois dias de trabalho.
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O post MacBook Air com Apple M2: é o melhor notebook fino, forte e com enorme autonomia | Review apareceu primeiro em Olhar Digital.
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