Estamos mais próximos do que nunca de descobrir vida além da Terra. É o que demonstram os resultados mais recentes de pesquisas focadas nas luas geladas Encélado, de Saturno, e Europa, de Júpiter.
Recentemente, cientistas identificaram plumas impulsionadas por gêiseres em Encélado, permitindo a coleta de amostras sem a necessidade de pousar uma espaçonave em sua superfície.
Essas plumas, embora poderosas o suficiente para fornecer acesso ao oceano interno daquele corpo celeste, são suaves o bastante para preservar moléculas vitais para a formação da vida (saiba mais aqui). Isso levanta a possibilidade empolgante de que as moléculas necessárias para a vida possam ser coletadas intactas por futuras missões espaciais.
Oceanos subterrâneos nas luas de Saturno e Júpiter
Estudos revelaram a presença de ingredientes bioconstrutores no oceano líquido abaixo da superfície congelada de Encélado. No entanto, a questão central permanece: esses componentes se uniram para formar aminoácidos, blocos de construção fundamentais da vida? As plumas de Encélado oferecem uma oportunidade única para investigar isso.
Preocupações anteriores residiam na possibilidade de que moléculas complexas, como aminoácidos e até mesmo DNA, pudessem se destruir ao serem lançadas no espaço pelos gêiseres. No entanto, estudos recentes sugerem que aminoácidos podem resistir a forças extremas, como os impactos durante a coleta por espaçonaves.
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Um estudo liderado pelo professor Robert Continetti, da Universidade da Califórnia em San Diego, e publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, revela que aminoácidos podem sobreviver a velocidades de impacto significativamente altas, estabelecendo uma velocidade máxima prática para captura por naves espaciais.
O espectrômetro de impacto de aerossol desenvolvido por Continetti desempenha um papel crucial nesse estudo, permitindo a análise do comportamento de partículas individuais quando aceleradas ou desaceleradas a diferentes velocidades. Este instrumento tem sido essencial para compreender como aminoácidos e outras partículas reagem a impactos.
Embora Encélado seja mais investigado devido à sua capacidade de enviar amostras ao espaço através dos gêiseres, a possibilidade de encontrar vida na lua Europa, de Júpiter, também não pode ser descartada.
A futura missão Europa Clipper, da NASA, pode ajudar a aumentar a compreensão sobre isso. Com lançamento previsto para o ano que vem, a sonda vai executar cerca de 50 sobrevoos na lua Europa, onde os cientistas estão confiantes que existe um oceano interno contendo o dobro de água que os oceanos da Terra juntos. E mais: eles acreditam que esse oceano pode ter atualmente condições adequadas para sustentar a vida.
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