Desde o colapso EI, vários países têm enfrentado dificuldades para lidar com militantes que querem retornar para suas famílias
Por
Reuters
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20 abr 2019, 16h04
Pristina – O Kosovo recebeu de volta neste sábado 110 de seus cidadãos que estavam na Síria, incluindo jihadistas que combateram na guerra civil síria e 74 crianças, disse o governo.
Desde o colapso do autodeclarado califado do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, vários países têm enfrentado dificuldades para lidar com militantes que querem retornar para suas famílias.
A população do Kosovo, que declarou independência da Sérvia em 2008, é composta em 90 por cento por muçulmanos, mas o país tem instituições na maioria seculares.
Mais de 300 cidadãos sírios do Kosovo foram para a Síria desde 2012, e 70 homens que combateram por grupos militantes foram mortos.
“Hoje nas primeiras horas da manhã uma importante e sensível operação foi organizada, em que o governo do Kosovo, com a ajuda dos Estados Unidos, trouxe de volta 110 de seus cidadãos da Síria”, disse o ministro da Justiça do Kosovo, Abelard Tahiri.
Tahiri não especificou o papel desempenhado pelos Estados Unidos, mas um avião com a bandeira norte-americana foi visto na área de carga do aeroporto de Pristina no momento em que a operação era conduzida.
Ao ser questionado sobre o retorno de combatentes ao Kosovo e sobre uma volta separada de um combatente para a Bósnia, o porta-voz das Forças Armadas dos EUA Sean Robertson disse que “os recursos dos EUA foram usados em apoio a essa operação de repatriação”.
Segundo as autoridades, entre aqueles que voltaram estão quatro combatentes, 32 mulheres e 74 crianças, incluindo nove que estão sem os pais.
Os quatro combatentes foram imediatamente presos, e o procurador do país disse que eles serão processados em breve.
Após diversas horas no aeroporto, dois ônibus repletos de mulheres e crianças seguiram sob escolta policial para instalações do exército nos arredores de Pristina.
A polícia disse que 30 combatentes oriundos do Kosovo, 49 mulheres e oito crianças ainda estavam nas zonas de conflito.
Agências de segurança locais e internacionais alertaram previamente sobre o risco do retorno de combatentes. Em 2015, o Kosovo aprovou uma lei que prevê penas de até 15 anos de prisão para quem combater em conflitos estrangeiros.