Justiça suspende prisão domiciliar de Roger Abdelmassih

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A juíza Andrea Barreira Brandão, da 3ª Vara de Execuções Penais, suspendeu a prisão domiciliar do ex-médico Roger Abdelmassih e o mandou para o Hospital Penitenciário de São Paulo. Ele está condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes.

A juíza afirma haver “graves denúncias que constam deste pedido de providências, apontando indícios de que o sentenciado fez uso de seus conhecimentos médicos para ingerir medicações que levaram a complicações e descompensações intencionais, a fim de alterar a conclusão da perícia judicial”. “Necessário se faz que o sentenciado permaneça em ambiente controlado, recebendo seu arsenal terapêutico de forma regular e sob supervisão médica, até a realização de nova perícia judicial”, anotou.

De acordo com a magistrada, a “sustação cautelar da prisão domiciliar vem fundamentada no poder geral de cautela do Juiz e para a efetividade do processo de execução até final decisão sobre a conveniência de eventual regressão de regime”.

 

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“Isto posto, susto cautelarmente a prisão domiciliar humanitária concedida a Roger Abdelmassih e determino que o sentenciado seja transferido imediatamente para o Hospital Penitenciário do Estado de São Paulo, provisoriamente, por período mínimo de 30 dias a fim de que seja resguardado o estado de convalescença do sentenciado até a realização de perícia judicial”, decidiu a juíza.

A denúncia “grave” à qual a magistrada se refere foi revelada pelo livro ‘Diário de Tremembé’, do ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Acir Filló, que está preso na penitenciária no interior de São Paulo.

Ele afirma que o médico Carlos Sussumu, que também está preso, ajudou Abdelmassih a manipular seu estado de saúde para enganar a perícia. Segundo o livro, ele teria admitido a fraude.

A venda do livro foi suspensa por decisão da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani.

Estupros

Especialista em reprodução humana, Roger Abdelmassih chegou a ser condenado em 2010 a 278 anos de reclusão por 48 crimes de estupro contra 37 pacientes, entre 1995 e 2008.

Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, porém, permitiu que recorresse da sentença em liberdade. Apesar da revisão posterior da sentença para 181 anos de prisão, por lei ele só ficaria preso por até 30 anos.

Inicialmente, foram registrados 26 casos de pacientes que acusavam Abdelmassih de estupro. Os relatos das vítimas diziam que os abusos aconteciam durante as consultas na clínica de fertilização do ex-médico.

Em 2011, com a decretação de sua prisão, ele foi considerado foragido. Três anos depois, acabou preso pela Polícia Federal em Assunção, no Paraguai.

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido um posicionamento dos citados.



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