São Francisco – Um júri dos Estados Unidos considerou nesta terça-feira que o herbicida à base de glifosato da Bayer causou linfoma não-Hodgkin em um homem, em julgamento que pode ajudar a determinar o curso de centenas de casos similares.
A decisão unânime do júri da corte federal de São Francisco abre caminho para que o mesmo júri determine se a Monsanto, unidade da Bayer, é responsável e deve pagar danos a Edwin Hardeman, morador da Califórnia, em uma segunda fase do julgamento.
O caso procederá para uma segunda fase ante o mesmo júri na quarta-feira, para determinar a responsabilidade da Bayer e potenciais danos.
Em comunicado nesta terça-feira, a Bayer disse que a decisão inicial do júri é decepcionante.
“Estamos confiantes de que as evidências na fase dois mostrarão que a conduta da Monsanto foi apropriada e que a empresa não deve ser responsabilizada pelo câncer do Sr. Hardeman”, disse a companhia.
O herbicida é um dos produtos para combater ervas daninhas mais utilizados na agricultura.
Este é apenas o segundo caso em cerca de 11.200 processos a ir a julgamento nos EUA. Outro homem da Califórnia ganhou o direito de receber 289 milhões de dólares em agosto, após um júri estadual considerar que o Roundup causou câncer, fazendo com que as ações da Bayer despencassem à época.
Mais tarde, o valor foi reduzido para 78 milhões de dólares, e o caso está sob apelação.
O caso Hardeman deve ajudar a determinar o limite dos danos e definir opções de acordo para mais de 760 casos sobre o Roundup consolidados na corte federal de São Francisco.
A Bayer nega as alegações de que Roundup, ou glifosato, cause câncer.
A empresa diz que décadas de estudos e avaliações regulatórias, principalmente de dados de exposição real de humanos, mostraram que o herbicida é seguro para uso humano.
Após cinco dias de deliberações sobre evidências científicas apresentadas durante o julgamento, o júri considerou nesta terça-feira o Roundup como um “fator substancial” para causar o câncer em Hardeman.
(Reportagem de Jim Christie em San Francisco; Reportagem adicional de Tina Bellon em Nova York)
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