O Itaú concedeu mais de 5 bilhões de reais em novas linhas de crédito para 300.000 clientes e alongou o pagamento de dívidas de 680.000 correntistas, que somam 22 bilhões de reais. Essas iniciativas fazem parte do plano de saúde financeira lançado pelo banco para ajudar os clientes a atravessar o momento mais agudo da crise. “Nosso objetivo é que a parcela caiba no bolso. Por isso, alongamos o pagamento de empréstimos para pessoas físicas para seis anos e para empresas para cinco anos”, afirma André Rodrigues, diretor executivo responsável pelo banco de varejo, em entrevista exclusiva à EXAME.
Além disso, o Itaú participa da iniciativa em conjunto com os demais bancos e o Tesouro Nacional de financiar a folha de pagamento de empresas com faturamento anual entre 360.000 reais e 10 milhões de reais. Nesse caso, o Itaú respondeu por 33% das transações realizadas até o momento, que representaram um desembolso de 496 milhões de reais, que beneficiaram 358.000 funcionários.
“O objetivo era tirar pressão de liquidez das pequenas e médias empresas. O sentimento é de cooperação, de conspirar para que a economia consiga sobreviver ao que está acontecendo. Acho que esse diálogo construtivo continuará”, afirma. Carlos Vanzo, diretor executivo comercial responsável por Itaú Agências, Itaú Uniclass e PMEs, diz que o objetivo não era ter lucro, tanto é que tudo foi feito com taxa de custo.
De fato, as iniciativas vão de encontro ao que os bancos costumam fazer em tempos de incertezas econômicas: fechar a torneira do crédito e aumentar juros. “Ampliamos o escopo de clientes com crédito pré-aprovado e não vamos repassar a volatilidade de preços para eles. No pior cenário, vamos manter o patamar atual. Mas usualmente temos reduzido os juros à medida que o Banco Central reduz a Selic”, afirma Carlos Eduardo Peyser, diretor de franquias e estratégia do Itaú. “Mas mais do que isso: a gente tem feito um trabalho de aconselhamento financeiro para ajudar o cliente a escolher a linha de crédito que melhor o atende.”
Um legado que deve ficar dessa crise é o número de clientes que usam meios digitais. “Facilitamos a abertura de contas digitais, aumentamos os limites e criamos novas funcionalidades”, afirma Flávio Iglesias, diretor de produtos pessoas físicas. O resultado disso é que houve um aumento de 500.000 novos clientes nos canais digitais.
Não à toa, esses canais já respondem por 44% das contratações de produtos tanto de pessoa física quanto de empresas – um aumento de 6 pontos percentuais – e as renegociações de empréstimos de pessoas físicas aumentaram 15 vezes.
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