Com clientes mais conscientes e em uma tendência de apoiar marcas sustentáveis, as empresas procuram diminuir sua pegada ambiental e de seus produtos. Seja na qualidade dos itens ou nas embalagens, as prateleiras dos mercados em 2035 podem ser muito diferentes do que vemos agora.
Isso é o que um painel de especialistas mostrou no recente Sustainability Next Summit, organizado pela Dow and Fast Company. Eles também se questionaram (e apresentaram respostas) como os clientes de fato avaliarão se os produtos e embalagens são realmente sustentáveis.
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Esses foram os quatro pontos principais levantados por eles:
Consumidores querem transparência de toda a jornada do produto até o mercado
Nos próximos 10 ou 15 anos, os consumidores passarão a olhar para as informações de sustentabilidade dos produtos no mercado do mesmo jeito que olham para os rótulos nutricionais hoje. É nisso que a diretora de marketing da PepsiCo na América Latina, Veronica Riojas, acredita.
Ela defende que os clientes vão querer saber de que forma e onde um item foi produzido, que tipo de “pegada” ele deixou (ou seja, como impactou o meio ambiente) e quais recursos naturais foram usados.
Eles vão olhar para a embalagem e julgar se ela atende às suas expectativas de reciclabilidade. Este será um consumidor diferente.
Veronica Riojas
As empresas não se contentaram em ficar para trás e estão investindo em embalagens inovadores para atender esse cliente do futuro. A Colgate-Palmolive, por exemplo, começou a produzir e lançar o primeiro tubo de pasta de dente reciclável.
Segundo a diretora de sustentabilidade da companhia, Ann Tracy, os tubos antes eram feitos com um material que não podia ser reciclado. Outras ações, como enviar a embalagem de volta para reuso, exigiria uma ação do consumidor, o que não é ideal.
Ferramentas digitais aceleram a transparência
- Se as ferramentas online ajudam o consumidor, por que não poderiam ajudar o produtor?
- A PepsiCo resolveu aproveitar as oportunidades e, por meio da subsidiária mexicana Sabritas, está imprimindo QR Codes em embalagens de batatas fritas.
- Nele, os consumidores podem conhecer todas as etapas até o produto chegar ao mercado, desde onde as batatas foram colhidas até a produção das embalagens.
- Para Riojas, a tecnologia promove a educação, que, por sua vez, permite às pessoas pensarem de formas diferentes.
A colaboração na indústria é crucial para o avanço dos padrões
- Uma das questões atuais da indústria é que cada uma tem seu próprio processo.
- Para Tracy, “uma das chaves do futuro será a consistência em escala” e, para isso, as companhias devem estar alinhadas nos princípios de sustentabilidade.
- Ela observou que três marcas representadas no painel fazem parte do Consumer Good Forum, uma associação de mais de 400 empresas comprometidas em “impulsionar mudanças positivas por meio de ação e colaboração”.
- Essa organização desenvolveu um guia de nove regras para aumentar a circularidade das embalagens.
- Com as companhias tendo diretrizes semelhantes sobre o que fazer, por exemplo, com os descartes após o uso, a colaboração permitirá práticas mais sustentáveis.
- Além disso, um dos sócios da McKinsey & Company, Jeremy Wallach, vê que as empresas também devem se alinhar nos desejos dos consumidores de obter mais informações.
Empresas precisam superar a “intenção” dos consumidores
No painel, Tracy citou um estudo de 2020 que mostra que 92% das pessoas querem levar um estilo de vida mais sustentável. Dessas, porém, apenas 16% estão tomando alguma ação para mudar seus hábitos.
Para ela, as empresas precisam identificar essa “lacuna de intenção” (momento em que o consumidor tem vontade, mas ainda não fez nada para isso) e agir para reduzi-la, como uma forma de facilitar a tomada de atitudes.
É nossa responsabilidade como empresas de produtos de consumo encontrar as pessoas onde elas estão e tentar projetar — por meio de P&D, formulação e desenvolvimento, embalagem, e entrega na prateleira — uma cadeia de suprimentos com responsabilidade.
Ann Tracy
Com informações de Fast Company
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