Igor Cássio chegou ao Botafogo em 2015 e, desde então, é tido como uma joia do clube. A sua oportunidade entre os profissionais se deu apenas na última segunda-feira, o que o fez recordar o difícil período da grave lesão do joelho, em 2017, e a superação pessoal para receber a chance no Nilton Santos.
Contra o Madureira, Igor entrou restando dez minutos para acabar a partida. Atuou ao lado de Kieza, que marcara o gol da vitória (por 2 a 1) logo depois. O camisa 18 detalhou a sensação ao ser chamado por Zé Ricardo:
– Na hora que ele (Zé Ricardo) me gritou, já bateu aquela alegria. Venho há muito tempo procurando essa oportunidade, desde 2017, quando tive a lesão e o técnico ainda era o Jair Ventura. O Zé pediu para eu e Kieza forçarmos os zagueiros adversários e, felizmente, pude fazer uma boa estreia.
– Ele (Zé) pediu para ser eu mesmo. Para entrar em campo, não ficar nervoso, nem ansioso. Isso ajudou bastante, pois consegui controlar a minha ansiedade. Na hora que ele me chamou, passou um filme na minha cabeça, até sobre o meu trabalho na base e tudo que se passou para eu estar aqui hoje, e eu nem consegui ouvir os torcedores gritando o meu nome – completou Igor, à nossa reportagem.
Igor Cássio disse que guardou o uniforme da estreia e que presenteou a mãe, uma vez que o Botafogo personalizou a camisa em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A repercussão de sua curta participação foi boa:
– Os torcedores sempre tiveram um carinho por mim, recebi muitos elogios nas redes sociais sobre a estreia, me deram os parabéns. Os amigos também vieram brincar, até pelo drible que dei ali na esquerda, sempre dou aquele corte e o pessoal mais próximo lembrou. Faço aquele drible desde pequenininho, quem diria ira fazer isso na estreia do profissional.
‘VOU APRENDER MUITO COM O DIEGO SOUZA’
Já regularizado, Diego Souza fará a sua estreia neste domingo, contra o Fluminense, e deve ser titular como centroavante. Com isso, Igor passará a ser a terceira opção para o setor, o que não desanima a joia alvinegra, já convocada para a Seleção Brasileira sub-20.
– Ficamos felizes com a chegada de um grande jogador como o Diego Souza, que chegou para nos ajudar. Vou aprender muito com ele.
Confira outros trechos da entrevista:
Esta última lesão (muscular, no último mês) foi recebida como por você?
Fiquei meio chateado, pois o Aguirre tinha acabado de ser vendido. Tudo tem sem tempo, coloquei na minha cabeça. Sabia que as coisas aconteceriam naturalmente.
Você já disse que tem a mobilidade como característica. E, contra o Madureira, apareceu muito pelo lado esquerdo. Se sentiu à vontade naquele setor?
Antes de me tornar centroavante, já fui ponta na base. Sempre me dei bem ali na esquerda, e isso me ajudou quando virei centroavante (ainda na base). Essa mobilidade é um dos meus pontos fortes.
Qual outro jogador do time sub-20 que você acha que vai ter sucesso logo nos profissionais?
Tem uns companheiros que acho que vão ter muito sucesso. Posso citar o Caio Alexandre, Rhuan e Gláuber, que acredito que vão ajudar muito o nosso elenco em breve.
Você já disse que o Jean o ajudava muito com conselhos. Ainda é assim? Tem algum outro jogador que o incentiva mais?
Muitos conversaram comigo após a minha lesão na coxa direita. Jean, Kieza… Me acalmando até. Um cara que é muito companheiro é o Helerson, moramos no mesmo lugar e vamos aos treinos juntos. O Jonathan também.
E o quão importante Zé Ricardo tem sido neste processo de adaptação?
É muito importante. Até para o Botafogo, que valoriza a nossa base e que vem fazendo um grande trabalho nesse setor há um tempo. O Zé sempre deu oportunidade (aos garotos) e espero que siga assim.
Confiante para ter mais espaço daqui para frente?
Venho trabalhando firme para isso. A escolha é do treinador, mas estou treinando forte, e, quando pintar uma nova oportunidade, poderei dar contar.