São Paulo – A IBM anunciou nesta terça-feira que vai inaugurar no Brasil o primeiro centro de pesquisa em Inteligência Artificial da América Latina a integrar o IBM IA Horizons Network, rede criada pela empresa em 2016 para colaboração entre universidades, estudantes e pesquisadores da empresa.
O centro será o segundo no mundo fora dos Estados Unidos a trabalhar com um sistema colaborativo de inovacão aberta, isto é, propondo desenvolvimento científico e tecnológico a partir da parceria entre agências de fomento, empresas e universidades.
O projeto será realizado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e receberá um investimento de US$ 20 milhões (R$ 74,2 milhões) durante dez anos das instituições.
Outros US$ 10 milhões (R$ 37,1 milhões) ficarão por conta de uma universidade brasileira, que deve ser selecionada nos próximos meses para participar e sediar as instalações dos laboratórios, além de garantir professores, técnicos, administradores para gerir o centro.
“O centro será o primeiro focado em inteligência artificial da América Latina em um modelo que integra universidades e é colaborativo”, destacou à Efe o diretor de IBM Research Brasil, Ulisses Mello.
Mello informou que, com a liderança da IBM no setor, muitos projetos de pesquisa na área já foram financiados no Brasil, mas que esta é a primeira vez que um empreendimento será dedicado a desenvolver iniciativas que utilizam tecnologias a favor de “problemas reais”.
De acordo com ele, cada centro tem “uma espécie de vocação”, e a do Brasil será a “de resolver problemas inerentes à economia e à produtividade” com expertise em áreas como recursos naturais, agronegócios e saúde.
“O Brasil tem uma vocação para pesquisas em recursos naturais e, principalmente, agricultura. Nosso laboratório vem trabalhando há mais de três anos com agricultura digital, porque já tem grande volume de dados sobre o assunto, que é uma área econômica importante para o país, por exemplo”, explicou à Efe.
Com o projeto, o objetivo da IBM é ser um “agente catalizador com foco em tecnologias diferenciadoras para a IBM, sociedade e comunidade científica”, ressaltou Mello.
Entre as áreas de pesquisa do empreendimento estarão recursos naturais, agronegócio, meio ambiente, finanças e saúde, além do desenvolvimento de algoritmos avançados de inteligência artificial, que expandam a capacidade de aprendizado de máquinas, em que a IBM lidera globalmente desde a criação do famoso robô Watson, com o qual a empresa já implementou soluções em 80 países.
De acordo com o diretor, o centro de pesquisa deve começar a funcionar no terceiro trimestre deste ano.