‘Homecoming’: Beyoncé faz registro emotivo e sincero de show histórico no Coachella

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RIO — Lá pela metade de
“Homecoming”
, misto de documentário e registro de show disponível a partir desta quarta-feira na
Netflix
,
Beyoncé
lembra que era a primeira mulher afro-americana a ser a atração principal do
Coachella
, o festival
cool
californiano que teve sua primeira edição em 1999. Os bastidores e a preparação
da apresentação grandiosa que a diva pop fez por lá em 2018
são a motivação do filme de cerca de 2h20m, idealizado pela própria Beyoncé — a gravação em áudio também está nas plataformas de streaming.

“Era importante para mim que todos que nunca se viram representados se sentissem no palco com a gente. Como negra, eu sentia que o mundo queria que eu ficasse no meu cantinho. E mulheres negras muitas vezes se sentem subestimadas”, diz a cantora, em um dos tantos discursos poderosos que trazem tons épicos para o documentário.

Beyoncé batiza a produção de “Homecoming” por ter desenhado o show como uma espécie de baile estudantil. Para isso, formou uma banda feminina, um corpo de bailarinos e uma populosa fanfarra que remete aos grupos marciais de universidades americanas, apenas com integrantes negros, posicionados numa espécie de pirâmide no meio do palco.

Para ela, em vez de usar sua coroa de flores, era mais importante levar a cultura e a música negras para o
hypado
Coachella. “Eu estudei a minha história, o meu passado, e coloquei todos os erros, os triunfos, a minha carreira de 22 anos na minha festa de ex-alunos de duas horas. Literalmente parecia que estávamos na nossa universidade, lutando juntos”, resumiu

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Nas tais duas horas, Beyoncé espremeu 32 músicas de diferentes fases de sua carreira, mas a cada uma delas acrescentava trechos (instrumentais ou versos cantados) de outra canções. No total, foram quase 80 músicas representadas no histórico show que contou com participações especiais
do marido Jay-Z
(em “Déjà vu”), da irmã Solange (“Get me bodied”) e de Kelly Rowland e Michelle Williams, que formaram com a senhora Knowles Carter o trio Destiny’s Child, num revival surpresa que causou frenesi na multidão presente ao deserto de Indio — e a tantos outros que assistiam via streaming.

Em trecho especialmente emocionante, Beyoncé lembra e ilustra os momentos de superação que antecederam aquele show. Afinal, ela estava originalmente escalada para ser headliner do Coachella no ano anterior, 2017,
mas a inesperada gravidez de gêmeos a faz cancelar a participação
,
dando lugar a Lady Gaga
. Em raro relato sobre a gestação de Rumi e Sir, a americana de 37 anos revela que passou por apuros: teve pressão alta, toxemia, pré-eclâmpsia e, no útero, o coração de um dos bebês parou algumas vezes, forçando uma cesárea de emergência. Quando deu à luz, Beyoncé pesava 99 quilos.

O filme mostra o primeiro ensaio pós-gravidez, em que a cantora mostrava inchaço evidente. “Houve dias em que pensei que eu nunca seria a mesma fisicamente, perderia minha força e resistência. Tive que recuperar o meu corpo dos cortes da cesárea. Levei um tempo para me sentir confiante o bastante para pôr minha personalidade na coreografia. No começo, eram tantos espasmos. Internamento, o meu corpo não estava inteiro”, revelou a cantora, que cortou da dieta pão, carboidratos, açúcar, laticínios, carne, peixe e bebida alcoólica na preparação para o show. “Estou tentando descobrir como ser mãe de uma criança de 6 anos (
a filha Ivy Blue
) e de gêmeos que precisam de mim enquanto me dedico criativamente e fisicamente. Foi muito malabarismo.”

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Beyoncé em cena de ‘Homecoming’ Foto: Divulgação/Parkwood Entertainment

E “Homecoming” parece baseado na entrega sincera de Beyoncé ao show não apenas por acompanhar o desenvolvimento do espetáculo, mas por apoiar o discurso de união e sintonia entre os muitos artistas envolvidos em depoimentos deles, não só da diva. Em um ponto, após uma oração conjunta, a rainha da festa é sincerona ao dizer que os ensaios ainda não estão bons, mas o faz com tanto carisma e doçura que resulta na motivação do grupo. “Em cada uma de nós, outra mulher ou menina pode ver um reflexo de si mesma. Do próprio valor, de seu potencial ilimitado. A juventude precisa ver a sua grandeza refletida nos nossos olhos. Avancem. Mostrem que somos reais”, lembra ela.

O resultado disso tudo pode ser visto e ouvido em “Homecoming”, registro histórico e definitivo da força e do talento de Beyoncé, cuja realeza não pode ser questionada.



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