Fundos cambiais lideram ganhos em março e os de ações são o pior investimento

SÃO PAULO – A incerteza que marcou os negócios em março, em especial nos últimos meses do mês, levou a uma busca por proteção, o que fez com que o dólar se valorizasse e os fundos cambiais terminassem o mês como o melhor investimento. No entanto, no ano, quem lidera os ganhos são as carteiras que investem em ações. Para abril, a expectativa é de continuidade dessa turbulência.    

Em março, os fundos cambiais tiveram uma valorização de 3,46%. As carteiras que acompanham índices de ações, sendo que a maior parte segue o Ibovespa, tiveram queda de 1,88%. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Abima) e levam em conta a rentabilidade até o dia 25 de março. Em março, o dólar subiu 4,3% e o Ibovespa caiu 0,18%. 

— A situação estava positiva até a prisão do (ex-presidente Michel) Temer. Pirou com o atrito entre Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados) e o presidente Jair Bolsonaro. O cenário político vai continuar trazendo ruído para os negócio no curto prazo – disse Rafael Passos, analista da Guide Investimentos.

A volatilidade foi forte no mês e ficou concentrado nos últimos pregões. Tomando como exemplo a Bolsa, no último dia 18, o índice atingiu os 100 mil pontos pela primeira vez na história. Mas a cena política pesou nos dias seguintes e o Ibovespa recuou, para se recuperar só nos dois últimos pregões do mês.

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No ano, os fundos de ações seguem como o melhor investimento, com rentabilidade acumulada de 6,57%.

Fabio Colombo, administrador de investimentos, considera que, dado a perspectiva de volatilidade, o ideal, para quem deseja investir em renda variável, é fazer a compra de ações aos poucos.

– O governo, com problemas na articulação política, prejudica aprovação da reforma da Previdência – explicou, reforçando o ponto que levou a incerteza aos investimentos.

Confira os rendimentos no mês de março:

Dólar comercial: +4,3%

Fundos cambiais*: +3,46%

Fundos multimercados investimento exterior*: +1,47%

DI (depósitos interbancários): +0,47%

Fundos grau de investimento duração livre*: +0,46%

Fundos grau de investimento curta duração*: +0,36%

Caderneta de poupança: +0,37%

Fundos multimercados livre*: +0,17%

Ibovespa: -0,18%

Fundos ações livre*: -1,70%

Fundos ações índice*: -1,88%

IGP-M: +1,26%

Confira os rendimentos no acumulado do ano:

Ibovespa: +8,57%

Fundos ações índice*: +6,57%

Fundos ações livre*: +6,55%

Fundos multimercados investimento exterior*: +2,33%

Fundos grau de investimento duração livre*: +1,71%

DI (depósitos interbancários): +1,51%

Fundos multimercados livre*: +1,44%

Fundos grau de investimento curta duração*: +1,39%

Dólar comercial: +1,21%

Caderneta de poupança: +1,12%

Fundos cambiais*: +0,59%

IGP-M: +2,16%

*até 25 de março

Fontes: Anbima, B3 e FGV