Ferj sinaliza ao governo que não quer ficar à frente da gestão do Maracanã

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O governo do Rio teve nesta semana mais uma rodada de reuniões com as diretorias dos clubes a respeito do futuro do Maracanã. A apresentação inicial da equipe do Estado, que permeou o primeiro encontro, deu lugar ao aprofundamento da conversa sobre o modelo de gestão que Flamengo, Fluminense e Vasco entendem ser interessante para o estádio. Paralelamente, o Palácio Guanabara já recebeu a sinalização do desinteresse da Ferj em assumir a gestão do Maracanã.

O Estado já tem em mãos a proposta do consórcio formado por Bravo Live, Time 4 Fun e Golden Goal para cuidar do estádio de forma provisória. Esse quadro se une ao aparente recuo da Ferj sobre gerir o Maracanã. Segundo pessoas ligadas ao governo, a intenção da federação é só contribuir com a expertise, sem ficar à frente da gestão. A entidade se enxerga como um elo.

Há duas semanas, o presidente Rubens Lopes nomeou Sávio Franco como diretor de relações institucionais da Ferj. Sávio foi presidente da Suderj entre 2006 e 2012. O órgão do Estado era justamente o responsável por gerir o Maracanã.

Lados ouvidos

O diálogo entre clubes, o secretário estadual de Esporte, Felipe Bornier, e demais representantes do governo também envolve questões financeiras. A preocupação vem de todos os lados. Afinal, o Maracanã é caro. A estimativa mensal é de R$ 3 milhões só com a manutenção, sem contar despesa dos jogos. Imerso no processo de recuperação fiscal, o Estado adota o discurso de enxugar gastos. Os clubes, por sua vez, estão atentos para não abraçarem um projeto que se torne insustentável.

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Em que pese eventual diferença de pontos de vista sobre detalhes do novo modelo de gestão, os dirigentes dos grandes manifestaram apoio à decisão do governo de romper o contrato com a concessionária.

Além do papo com os clubes, representantes da comissão de fiscalização começaram, na terça-feira, a vistoriar o Maracanã e o ginásio Maracanãzinho. O objetivo é diagnosticar o estado atual das instalações, verificando se há danos e necessidade de reparos.As ações fazem parte do processo de transição da administração do Maracanã.

‘Intimidade’ com o estádio

Nesta quarta-feira, foi anunciada uma mudança relevante de peças no lado da concessionária. Diretor presidente desde 2016, Mauro Darzé entregou o cargo. Em comunicado, o Complexo Maracanã Entretenimento informou que o substituto é Marcelo Furquim. O executivo está desde 2008 na Odebrecht e conduzirá a transição até 18 de abril, prazo máximo dado pelo governo.

A troca no comando sinaliza que, de fato, a empresa já desistiu de qualquer mudança de cenário em relação ao Maracanã. Vale lembrar que, além da rescisão do contrato, a empresa foi punida pelo governo do Rio com o status de inidoneidade por dois anos. Nesse período, a Odebrecht fica impedida de assinar contratos com o poder público.

Por outro lado, o governo estadual se articula para ter ao seu lado nomes que tenham mais intimidade com o Maracanã. É por isso que Luiz Augusto Brum foi nomeado assessor especial da Casa Civil. Assim, ele deixa a função de gerente de estádios e instalações do Comitê Organizador da Copa América-2019. O órgão já confirmou a saída dele.

Com experiência de ter gerido o Maracanã no período dos Jogos Olímpicos do Rio, Brum integrará a comissão consultiva montada pelo governador Wilson Witzel para traçar os moldes da futura gestão do estádio. Isso abrange não só o novo processo de licitação, mas também a permissão de uso do Maracanã.

O documento dará a uma empresa ou entidade o direito de gerir o complexo por até 180 dias. A vigência pode ser prorrogada.



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