Familiares e músicos se despedem de MC Sapão durante velório na tarde deste sábado

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RIO – “Eu canto, assim os males vou espantando. Com fé em Deus e esperança se acalmando, pois tudo passa, o sofrimento vai passar e acabar”. A composição, “Eu sei cantar”, que marca a entrada de MC Sapão no mundo do funk, hoje serve também de consolo para os que sentem a perda do
cantor, de 40 anos, morto nesta sexta-feira
, dia 19, de falência múltipla dos órgãos, depois de contrair pneumonia. No velório no Cemitério da Penitência, no Caju, no Rio de Janeiro, na tarde deste sábado, familiares e amigos prestaram as últimas homenagens.

 – Sapão, com sua alegria e voz, entrou com o funk pela porta da frente das casas das famílias brasileiras. Ele é um exemplo para todos nós e para essa rapaziada da periferia – diz MC Koringa, que visivelmente emocionado lembrou que os dois iriam se apresentar juntos em Búzios neste sábado: – Hoje vai ser difícil. Peço a Deus força para que eu o represente bem.

Nascido no Complexo do Alemão, Jeferson Fernandes Luiz, que ganhou o apelido de Sapão pelos olhos arregalados, era marcado pela voz potente e por representar o segmento do batidão. Emplacou músicas em programas de TV e colecionou hits, como “Diretoria”, “Tô tranquilão” e “Vou desafiar você”. O cantor se apresentaria no Rock in Rio deste ano, ao lado de Ludmilla, Fernanda Abreu e Buchecha, que também foi se despedir do amigo:

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Expoente do funk carioca nos anos 2000, o cantor Jefferson Fernandes Luiz, mais conhecido como MC Sapão, morreu neste dia 19 de abril de 2019, vítima de pneumonia. Ele, que em 2013 teve que perder 50kg por motivos de saúde e estava internado havia 10 dias, compôs hits como ‘Diretoria’, ‘Tô tranquilão’ e ‘Vou desafiar você’

– Ele estava todo feliz por participar do Rock in Rio. Seria a primeira vez dele no Palco Sunset. E aí veio essa triste surpresa. Eu estava com ele no hospital na semana passada, oramos juntos, e saí de lá com a expectativa de que ele iria melhorar. Ele era um cara forte, estava fazendo exercícios, mudou a alimentação. Também serve de alerta para nós que começamos a cantar cedo, tivemos noites mal dormidas, descuidos com a alimentação – diz Buchecha.

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A alegria característica nos palcos, também era a mesma nos camarins. E como estava numa mudança de hábitos, a morte e Sapão pegou amigos de surpresa.

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Velório de MC Sapão foi realizado no Cemitério da Penitência, no Caju, no Rio de Janeiro Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

– Isso é muito doido. A gente estava junto em Brasília fazendo show. Eu nem sabia de doença. Ele estava sempre alegre, zoando. Um cara cheio de vida. Estava até me cobrando para fazer crossfit. Triste vê-lo ali deitado sabendo que não iremos nos encontrar mais  É uma tragédia não só para o mundo do funk – diz MC Marcinho.

Sapão, que era casado com Alessandra Fernandes, deixa quatro filhos: Pedro, de 15 anos, Kevin de 12, Odara, 10, e Brisa, de sete anos. E se cantava em “Diretoria”, “peço a Deus que olhe por nós”, agora o mundo do funk pede também para que o MC continue abençoando.

– Sapão, Marcinho, Buchecha, nós, em parceria com os produtores de funk, como Dennis, Malboro, Furacão 2000 e tantos outros, demos nossa contribuição para que essa estrada estivesse asfaltada hoje e o funk chegasse no mundo todo. Sapão era a voz e a irreverência – diz Koringa, que se afastou para chorar abraçado com Carol Sampaio, produtora do Baile da Favorita.



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