Belo Horizonte – Estudo divulgado nesta terça-feira, 5, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para a possibilidade de ocorrência de surtos de doenças como dengue, febre amarela e esquistossomose como consequência do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte. O risco de doenças teria como causa alterações no meio ambiente pelo impacto da lama que desceu do reservatório.
Segundo o pesquisador Christovam Barcellos, titular do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz, a degradação do leito do Rio Paraopeba, poluído pelos rejeitos, e de seu entorno vai produzir alterações significativas na fauna, flora e qualidade da água, como perda de biodiversidade, mortandade de peixes e répteis.
“A bacia do Rio Paraopeba é uma área de transmissão de febre amarela e um novo surto da doença não pode ser descartado. É urgente a vacinação da população”, disse.
No caso da esquistossomose, o risco ocorre, conforme o estudo, principalmente se for levado em consideração que grande parte do município de Brumadinho e municípios ao longo do Rio Paraopeba não é coberta por sistemas de coleta e tratamento de esgotos.
“A transmissão de esquistossomose é facilitada pelo contato com rios contaminados por esgotos domésticos e com presença de caramujos infectados”, explicou o pesquisador.