Estrelas na Via Láctea podem estar se formando mais rápido do que esperado

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Um grupo de pesquisadores apontou recentemente que a taxa de formação de estrelas da Via Láctea pode ser diferente do que estimamos. A partir da medição do nível de raios gama na galáxia, eles perceberam que a taxa de formação estelar é quatro a oito vezes a massa do Sol. Indicando que talvez ela não seja tão sossegada quanto pensávamos.

A descoberta foi feita por um grupo de pesquisadores liderados pelo astrofísico Thomas Siegert e aceita para publicação na Astronomy & Astrophysics, mas já se encontra disponível para pré impressão no  arXiv.

Nascimento e morte de estrelas

As estrelas estão a todo momento formando novos elementos. Em seus núcleos, os átomos estão colidindo com outros átomos e formando partículas cada vez maiores. Quando elas morrem, todo esse material é expelido junto de uma enorme quantidade de energia que formará elementos ainda mais pesados.

Todos esses elementos expelidos vão para as nebulosas ou são absorvidos por estrelas que estão se formando. Assim como a morte, o nascimento estelar também é super energético.

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Quando o núcleo da estrela em formação possui pressão e calor o suficiente para começar a fundir os átomos, a estrela passa a liberar partículas energeticamente carregadas, conhecidas como ventos solares.

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Isótopos radioativos

Quando as estrelas morrem elas produzem o isótopo radioativo alumínio-26, que possui uma meia vida de 717 mil anos, pouco para escala cósmica. Enquanto decai, ele libera raios gama em um comprimento de onda específico.

A formação de Aluminio-26 também acontece em nuvens que circundam estrelas recém formadas. Quando a velocidade em que o material dessas nuvens cai na estrela é maior que a velocidade do som, é formado uma onda de choque que libera raios cósmicos. À medida que eles colidem com isótopos, como o alumínio-27 e o silício-28, mais alumínio-26 pode ser formado.

Quando o alumínio-26 decai e libera raios gama, os cientistas podem estimar a taxa de formação e morte estelar na Via Láctea e consequentemente determinar quantas estrelas nascem.

Anterior a essa pesquisa, era estimado que anualmente a taxa de formação estelar era de 2 massas solares. Como boa parte das estrelas da nossa galáxia são menores que o Sol, essa quantidade equivale a mais ou menos, seis ou sete novas estrelas por ano.

Taxa de formação de estrelas

Observando a abundância das ondas eletromagnéticas de maior frequência, os pesquisadores realizaram um censo de radiação gama na Via Láctea. Dessa forma, descobriram que na verdade a taxa de formação estelar é de quatro a oito vezes a massa do Sol, o que pode equivaler até 55 estrelas. 

A taxa não é exata e sim um intervalo, pois é difícil medir com precisão a distância que os raios gamas são emitidos, o que pode alterar a estimativa final. No entanto, o método usado pelos pesquisadores é promissor, isso porque contar a radiação gama é mais fácil de observar estrelas se formando sob nuvens de poeira e gás.

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