Astrônomos descobriram uma estrela saindo da Via Láctea a mais de 1.700 km por segundo. Esse fenômeno foi desencadeado após ela se encontrar com um buraco negro supermassivo no centro da galáxia.
Em cerca de 100 milhões de anos a estrela sairá da Via Láctea e passará o resto de sua vida vagando sozinha pelo espaço intergaláctico. Embora tenha sido previsto 30 anos atrás que os buracos negros possuíam força para lançar estrelas para fora de galáxias em velocidades muito altas, essa é a primeira vez que esse evento é registrado.
Gary da Costa, astrônomo e professor emérito da Universidade Nacional Australiana (ANU) em Canberra, disse: “Rastreamos a jornada desta estrela de volta ao centro de nossa galáxia, o que é bastante emocionante”.
Da Costa e seus colegas chegaram à conclusão de que cinco bilhões de anos atrás, a estrela fazia parte de um sistema de duas estrelas “gêmeas” que viajavam perto de Sagitário A*, o buraco negro supermassivo que habita no centro da Via Láctea, que tem a massa equivalente a mais de quatro milhões de sóis.
Em algum momento, uma das estrelas chegou tão perto que acabou sendo devorada pelo buraco negro e desapareceu no esquecimento. A dinâmica dessa interação resultou na ejeção da outra estrela em velocidade extremamente alta.
O processo é conhecido como mecanismo de Hills, em homenagem ao astrônomo Jack Hills, que propôs o cenário há mais de 30 anos.
“Esta estrela está viajando a uma velocidade recorde, dez vezes mais rápida que a maioria das estrelas da Via Láctea, incluindo o nosso Sol”, disse Da Costa. “Em termos astronômicos, a estrela deixará nossa galáxia em breve e provavelmente viajará pelo vazio do espaço intergaláctico por toda a eternidade”, completa.
A estrela, conhecida como S5-HVS1, é a terceira estrela mais rápida já encontrada. As duas outras estrelas superaram essa velocidade pois foram impulsionadas por explosões de supernova.
“Excluindo esses dois casos, essa estrela é de longe a mais rápida já vista”, declarou Dougal Mackey, coautor do estudo e membro da ANU.
A equipe fez a descoberta da estrela usando o telescópio anglo-australiano de 3,9 metros no ANU Siding Spring Observatory. A equipe estava observando fluxos de estrelas no halo da Via Láctea, mas acabou detectando a atividade incomum do fenômeno envolvendo a S5-HVS1.
Via: The Guardian
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