Em tempos de coronavírus (Covid-19), a volatilidade e aversão ao risco toma conta das bolsas de valores mundo afora. Não é diferente no Brasil. Por aqui, o Ibovespa, o principal indicador de desempenho das ações de empresas listadas na B3, sucumbiu. Depois de estar próximo aos 120.000 pontos em janeiro, o indicador passou a registrar um patamar na casa dos 70.000 pontos, muito aquém das expectativas para o ano. Dentre os investidores que sumiram do mercado acionário brasileiro, os estrangeiros retiraram mais de 45 bilhões de reais este ano – mais do que nos 12 meses de 2019. Mas há quem veja o momento como uma “oportunidade”.
ASSINE VEJA
Números disponíveis em relatório da B3 mostram que os investidores individuais, do tipo pessoa física, são os responsáveis por manter o volume negociado no Ibovespa a cada pregão nas alturas. Entre os dias 2 e 26 de março, ápice do estresse no mercado financeiro brasileiro, eles aplicaram 15 bilhões de reais, o que equivale a 7,17% das vendas e 8,27% das compras para o período. O saldo é mais que o dobro da captação líquida de fundos de ações nesse intervalo de tempo. Ou seja, a pessoa física está animada com o momento de “liquidação” na bolsa.
Pelo relatório da B3, os investidores nacionais assumiram 15,81% das vendas e 16,06% das compras no mês de março, o que dá um saldo positivo de 3,5 bilhões. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de 2 a 26 de março, as carteiras de ações atraíram 7 bilhões de reais em novos aportes, enquanto as carteiras de renda fixa tiveram retirada de 23 bilhões de reais. Parece que a prova de fogo para os mais novatos, só em 2019 foram 700.000 investidores de primeira viagem, ainda não tem afugentado — embora VEJA tenha mostrado que a hecatombe recente no mercado financeiro tem causado até mortes. Resta ver até quando irá esse apetite.
Fonte do Artigo
Tags: