A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) está prestes a aprovar uma nova missão que pode ampliar significativamente a busca por vida fora da Terra. O alvo é Encélado, uma das luas de Saturno, conhecida por abrigar um oceano subterrâneo escondido sob uma espessa camada de gelo. Desde 2005, quando a missão Cassini, da NASA, identificou plumas de vapor d’água saindo de fissuras na superfície da lua, Encélado se tornou um dos principais focos da astrobiologia.
A missão europeia, que por enquanto atende pelo nome provisório de “L4”, faz parte do programa Voyage 2050 e tem como objetivo investigar se esse oceano subterrâneo pode abrigar formas de vida microscópicas.
Vanderlei Cunha Parro, Engenheiro de Sistemas e professor titular, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), falou sobre a missão em um artigo publicado no The Conversation. Ele explicou que o grande diferencial está no fato de que Encélado expulsa material diretamente para o espaço, eliminando a necessidade de perfurar a crosta de gelo para coletar amostras.
ESA quer coletar amostras no espaço
- O plano da ESA prevê o envio de uma nave que realizará múltiplos sobrevoos por Encélado, capturando partículas expelidas pelas plumas.
- Após essa fase, o projeto inclui a entrada da nave em órbita da lua e o envio de uma sonda de pouso, que deve realizar análises diretas na superfície.
- A missão utilizará sensores avançados capazes de investigar as características físico-químicas do gelo e procurar compostos como aminoácidos, que são considerados essenciais para a formação da vida.
- Esses dados podem ajudar a responder uma das maiores questões da ciência: existe vida fora da Terra?
Brasil no centro da exploração espacial
O Brasil também faz parte desse projeto. O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), localizado em São Paulo, foi convidado a colaborar no desenvolvimento de um “gêmeo digital” da missão. Esse tipo de simulador é uma réplica virtual do projeto físico, permitindo testar situações críticas, simular falhas, ajustar rotas e validar procedimentos antes do lançamento real.
O simulador desenvolvido pelo IMT levará em consideração variáveis como a gravidade de Saturno, temperaturas extremas e a radiação no espaço profundo. Essa tecnologia será essencial para antecipar riscos, garantir a segurança dos equipamentos e melhorar a eficiência dos sistemas.
Além de auxiliar tecnicamente, o simulador servirá como base para treinamento das equipes, redução de custos e otimização das decisões operacionais ao longo de toda a missão.
Desafios e cronograma da missão
Atualmente, a missão L4 está em fase de definição e análise, com expectativa de aprovação pela ESA até o segundo semestre de 2025. O cronograma prevê que o lançamento ocorra entre 2040 e 2045, com os primeiros resultados científicos sendo esperados a partir de 2050, devido à longa viagem de cerca de 1,5 bilhão de quilômetros até Encélado.
Os desafios técnicos são significativos. A espaçonave precisará enfrentar altos níveis de radiação, temperaturas extremamente baixas, riscos de micrometeoritos e falhas decorrentes da exposição prolongada ao espaço. Por isso, a integração entre as soluções de engenharia e ferramentas de simulação, como o gêmeo digital do IMT, será fundamental para o sucesso da missão.
Diferente de outras missões, não está prevista a coleta de amostras para retorno à Terra. Todo o material será analisado diretamente no local, e os dados coletados serão transmitidos por rádio para os centros de controle na Terra.
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Avanço científico e formação no Brasil
Para além dos avanços científicos, a participação do Instituto Mauá de Tecnologia em um projeto dessa magnitude representa uma oportunidade significativa para o fortalecimento da educação científica e da cultura tecnológica no Brasil.
Vanderlei Cunha Parro, Engenheiro de Sistemas e professor titular, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT)
Segundo Parro, o envolvimento em uma missão dessa escala permitirá que estudantes e pesquisadores brasileiros adquiram experiência em áreas como engenharia aeroespacial, física aplicada e ciência de dados.
O projeto reforça o papel da comunidade científica brasileira no cenário internacional e demonstra como o país pode contribuir para resolver alguns dos maiores desafios da exploração espacial.
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