Em momentos opostos, Embraer e Azul anunciam resultados

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A semana vem sendo agitada para o mercado de aviação, e a quinta-feira não será diferente, com a divulgação dos resultados da companhia aérea Azul e da fabricante de aeronaves Embraer.

A Azul divulga os resultados do quarto trimestre dois dias depois de anunciar, na terça-feira, a intenção de comprar 105 milhões de dólares em ativos da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial.

Terceira maior companhia em voos domésticos, a Azul tem 18,6% dos passageiros desse mercado, e a Avianca, quarta colocada, tem 13,4%. Segundo analistas ouvidos por EXAME, a transação, se confirmada por órgãos reguladores, pode fazer a Azul chegar a 25% do market share doméstico e encostar nas líderes Gol (35,7% do mercado doméstico) e Latam (31,9%).

O principal intuito é aumentar a participação na ponte Rio-São Paulo, uma vez que a empresa ainda é pouco presente em aeroportos como Guarulhos (SP), Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). Em Congonhas, por exemplo, a Azul deve dobrar seu número de locais para pouso e decolagem (os chamados slots).

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A expectativa é que a Azul apresente resultado positivo no balanço de 2018, tendo tido crescimento de passageiros acima da média do mercado nos últimos anos, mas sem oferecer descontos gigantescos para tal. E com a novidade da Avianca, a tendência para a empresa é se manter como terceira colocada, mas muito mais robusta do que antes.

Já a Embraer divulga seu balanço em situação menos favorável. A fabricante de aeronaves brasileira viveu nos últimos meses um imbróglio na negociação com a americana Boeing, que foi finalmente fechada em fevereiro, quando a americana acordou a compra de 80% da empresa brasileira por 4,2 bilhões de dólares. Mas embora a animação pelo negócio tenha impulsionado as ações na bolsa, a Embraer deve encerrar o que foi um ano ruim em 2018, com prejuízo de mais de 100 milhões de reais.

E sua futura dona também não vive os melhores dias. Após a queda do Boeing 737 Max em um voo da companhia aérea Ethiopian Airlines (que deixou 157 mortos), países como EUA e China proibiram o uso da aeronave. A Boeing perdeu em dois dias 24 bilhões de dólares em valor de mercado — puxando junto a Gol, única empresa brasileira a usar o modelo que caiu e que viu as ações baixarem 2,6% no dia após a tragédia. As incertezas podem aumentar a pressão política para revisão do acordo entre Embraer e Boeing, segundo analistas do setor.

A Embraer é uma das maiores fornecedoras de aeronaves da Azul. Em pontos diferentes da cadeia, as duas vivem também momentos opostos.



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