Brasília — O presidente Jair Bolsonaro se reuniu no início da manhã desta segunda-feira (19) com o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, no Palácio da Alvorada.
Ao deixar a residência rumo ao Palácio do Planalto, Bolsonaro não parou para falar com a imprensa, como tem feito nas últimas semanas.
Apesar de a pauta do encontro não ter sido divulgada, ambos têm dois assuntos para tratar: as recentes substituições exigidas por Bolsonaro em cargos de chefia da Polícia Federal e as mudanças previstas para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Na semana passada, o presidente anunciou no meio de uma coletiva de imprensa, que o superintendente da PF no Rio, Ricardo Saadi, seria trocado.
Ele chegou a afirmar que quem ocuparia o cargo seria o superintendente do Amazonas, Alexandre Saraiva, mas acabou aceitando que o substituto seja o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atualmente na Superintendência da PF em Pernambuco.
O recuo de Bolsonaro atendeu a um pedido de Moro. No final, o presidente conseguiu o que queria — tirar Saadi — e Moro ficou bem com a corporação.
A interferência do presidente, no entanto, tem sido alvo de preocupação por parte dos delegados.
Em entrevista neste fim de semana, Tania Prado, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal em São Paulo e também diretora da Associação Nacional dos Delegados da PF, afirmou que “a ingerência política na Polícia Federal é perigosíssima”.
“A interferência coloca o órgão totalmente à disposição do governante, que passa a se sentir a vontade para usá-la conforme seus interesses. A Polícia Federal não é um órgão que fica à disposição da agenda de interessses do governante do momento”, disse.
Segundo ela, esse tipo de situação “nunca ocorreu” de maneira tão explícita. “Os detentores dos cargos em comissão são sempre escolhidos pelo diretor-geral da PF. O governo tem, no máximo, poder de veto a algum nome quando da formalização da nomeação para o cargo DAS (Direção e Assessoramento Superior)”.
Coaf
A situação do Coaf também é delicada para o governo. Provavelmente nesta terça-feira (20), Bolsonaro deve assinar uma medida provisória que põe o órgão dentro da estrutura do Banco Central.
Oficialmente, a decisão do presidente de transferir o Coaf é “tirá-lo do jogo político”. A mudança, porém, surge na esteira de declarações do atual presidente, Roberto Leonel, atual presidente do órgão, que desagradaram o Planalto.
Em dezembro do ano passado, um relatório do Coaf apontou para uma movimentação financeira “atípica” do ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Fabrício Queiroz.
Segundo o relatório, Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão em sua conta no período de um ano, entre janeiro de 2016 a 2017.
Em junho deste ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa do senador e suspendeu todos os processos judiciais que tramitam no país com dados da Receita Federal, do Coaf e do BC, sem que haja prévia autorização judicial.
A decisão foi criticada por Leonel. Segundo ele, o sistema de combate ao crime de lavagem de dinheiro ficaria comprometido. Após as declarações, o ministro Paulo Guedes passou a ser pressionado a demitir Leonel, já que o conselho faz parte da estrutura do ministério.
Agora, Leonel deve perder o cargo. Com a questão no colo, Bolsonaro terá uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, às 14h.
Depois, Bolsonaro se reunirá com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, às 16h, e com o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), às 17h.
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