Em ata, BC diz que país só volta a crescer de forma ‘robusta’ com reforma da Previdência

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BRASÍLIA –  O Brasil só voltará a crescer de forma “robusta” e manterá a inflação controlada se fizer as reformas necessárias na economia, principalmente, a da previdência social. É a o que diz ata da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a mudança de comando do Banco Central. O BC reforçou a ideia de que não mexerá nos juros tão cedo porque precisa entender os efeitos do ano de 2018 na economia brasileira. Greve dos caminhoneiros, turbulência financeira por causa das eleições e crise externa fizeram o país desacelerar. A aprovação das reformas deve mudar esse quadro.

No documento divulgado nesta terça-feira, o BC diz que espera uma alta de preços mais forte nos próximos meses. Aposta que haverá um pico da inflação em abril ou maio, mas ela deve recuar depois e encerrar o ano em 3,9%: abaixo da meta de 4,25% para este ano. Para o ano que vem, a estimativa é que Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 3,8%, também menor que o objetivo para 2020, que é de 4%. No entanto, o Banco Central frisou que isso depende da aprovação das reformas no Congresso Nacional.

“A consolidação desse cenário favorável no médio e longo prazos depende do andamento das reformas e ajustes necessários na economia brasileira, que são fundamentais para a manutenção do ambiente com expectativas de inflação ancoradas”, falou o Copom na ata ao repetir que o momento é de cautela, serenidade e perseverança.

Para os diretores do BC, é preciso observar a economia brasileira por mais tempo sem os efeitos dos diversos choques aos quais foi submetida no ano passado. Na visão do Copom, eles reduziram “sensivelmente” a capacidade de crescimento do Brasil. Por isso, terá de fazer essa avaliação que demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo, ou seja, os juros devem permanecer nos atuais 6,5% ao ano por um bom tempo.

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O BC ressaltou também que a atividade econômica está num ritmo “aquém do esperado”, mas segue em recuperação gradual. Confirmou o arrefecimento da atividade no quarto trimestre do ano passado e a contaminação disso nas projeções para 2019. De acordo com os diretores, entretanto, o início do ano também já dá seus sinais de fraqueza. Para recuperar isso, é preciso aprovar a reforma da previdência.

“Uma aceleração do ritmo de retomada da economia para patamares mais robustos dependerá da diminuição das incertezas em relação à aprovação e implementação das reformas – notadamente as de natureza fiscal – e ajustes de que a economia brasileira necessita”, afirmou o BC.

Em relação ao cenário externo, o Copom afirmou que ele permanece desafiador. O fato de os países ricos indicarem que não subirão os juros colabora para a estabilidade do mercado financeiro brasileiro, mas também é um alerta de que uma desaceleração da economia global está a caminho. A ata lembrou que nem mesmo o Federal Reserve (Fed, o BC americano) tem certeza sobre o que acontecerá com a economia dos Estados Unidos: se terá desaceleração relevante da atividade econômica ou continuará com o vigor exibido nos últimos anos. Por isso, o Fed também está em compasso de espera para ver como a economia reagirá.

Além disso, os membros do Copom avaliaram que os riscos associados a uma desaceleração da economia global se intensificaram. A Europa dá sinais de forte desaceleração econômica. Outras incertezas podem contribuir para um crescimento global ainda menor.

“Nesse contexto, voltaram a destacar a capacidade que a economia brasileira apresenta de absorver revés no cenário internacional, devido ao seu balanço de pagamentos robusto, à ancoragem das expectativas de inflação e à perspectiva de recuperação econômica”.



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