As séries de investigação policial eram fenômeno de audiência na década passada. Ainda vão bem hoje, mas tiveram uma pequena queda. A legião de fãs, porém, continua fiel – e se tornaram quase peritos forenses.
É claro que um programa de TV não torna ninguém um especialista. Mas dá algumas noções para as pessoas, como a ideia de que os criminosos podem tentar apagar os seus traços numa cena do crime. Usar luva, usar touca, lavar o local, enfim, não deixar rastros.
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Pensando nisso, um grupo de cientistas australianos passou a pesquisar uma forma diferente para detectar a presença de alguém em determinado local.
E o estudo envolve DNA e ar-condicionado!
Inspiração nos animais
Cientistas da Universidade Flinders, na Austrália, se inspiraram em outros estudos que falam em DNA ambiental (eDNA), que estão presentes em amostras de água, solo ou ar. A partir desse material, é possível determinar quais espécies de animais estão presentes na região.
O eDNA ajudou, por exemplo, um grupo de biólogos a procurar recentemente grandes tubarões brancos perto de praias ou a documentar um ecossistema pré-histórico congelado.
Como também fazemos parte do reino animal, os cientistas australianos pensaram: por que não tentar? Talvez deixemos rastros também.
E não estamos falando em fios de cabelo ou qualquer coisa do tipo. São partículas invisíveis, como minúsculas gotículas de saliva expelidas ou minúsculos flocos de pele.
Mas isso sumiria também com uma boa limpeza do local, certo? Certo! Mas é aí que entra o ar-condicionado. Os pesquisadores provaram que o eDNA humano fica alojado nesses aparelhos – e por uma quantia considerável de tempo.
Isso acontece porque os aparelhos de ar-condicionado funcionam “recirculando” o ar de uma sala, e não puxando o ar de fora.
Como foi feito o estudo
- Primeiro, os cientistas limparam os aparelhos de ar-condicionado de quatro escritórios e quatro casas, removendo assim qualquer DNA existente.
- Na sequência, eles pediram aos moradores e aos trabalhadores que voltassem às suas rotinas normalmente.
- Quatro semanas depois, eles voltaram e colheram amostras de dentro dos aparelhos.
- E, sim, o eDNA encontrado batia com o DNA das pessoas que passaram pelo local.
- Ou seja, o estudo demonstrou que a técnica funciona.
- Eles, porém, não sabem ainda se ela é viável para operações policiais.
- Novos estudos devem ser feitos na sequência para dar mais dados às autoridades de segurança pública.
- Um artigo sobre a pesquisa foi publicado recentemente na revista Electrophoresis.
As informações são do New Atlas.
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